domingo, 2 de dezembro de 2012

Paralelos: Carmelitana e São Domingos Sávio

Observação do dia 29/11/12

Hoje aconteceu a apresentação de fim de ano dos alunos da Escola Municipal São Domingos Sávio. A professora Nara Rúbia montou o musical O Baile do Menino Deus unindo todos os seus alunos e alunas. Fiz uma breve participação nesta montagem auxiliando Nara na parte coreográfica. Sobre o meu processo com as crianças: foi bem difícil, pois elas não tinham nenhuma vivência com aulas de dança e processos coreográficos em sala de aula, apesar de terem bastante vivência em sua comunidade. Quando essas crianças se reúnem em festas, ouvem as músicas que gostam, elas naturalmente dançam e até inventam coreografias, mas quando vão para a sala de aula acham chato, cansativo, difícil... Elas não associam o que elas dançam entre elas com o que é feito em sala de aula. Então para extrair algo espontâneo delas no momento da montagem, foi quase impossível. Observando os ensaios gerais, percebi que faltam nas crianças um trabalho mais intenso no que diz respeito ao estar em cena, e cheguei a conversar com Nara sobre o excesso de movimentação na cena e ela me disse: "Fique tranquila, vai dar tudo certo. No dia elas fazem tudo." No dia da apresentação elas realmente fizeram "tudo" (coloco essas aspas, pois penso que as crianças não fizeram nem a metade do que elas realmente são capazes de fazer, e essa descoberta precisa de bastante tempo de trabalho com elas para acontecer) e se sentiram muito felizes em estar apresentando para uma platéia. Deu pra ver nas expressões de cada criança a emoção de estar ali como artistas. Acho que é essa nossa missão: ajudar o aluno e aluna a despertar o artista que há em si e a partir daí desenvolver essa inteligência emocional que é tão importante, se não a mais, quanto as outras inteligências múltiplas.
Fazendo um paralelo com o trabalho desenvolvido pelo professor Davi, aqui na Escola Carmelitana do Menino Jesus, percebo o quanto é importante associar os conteúdos e atividades musicais ao comportamento em cena. Davi trabalha o tempo todo com seus alunos e alunas, em suas aulas de música, a boa postura que, além de auxiliar na emissão vocal, faz com que as crianças se condicionem a mantê-la no momento da cena. Então quando ele chega no momento de ensaiar, já não precisa ocupar tanto tempo chamando a atenção para a postura e comportamento, bastando só lembrar o que as crianças já sabem.
Só ressaltando que a proposta de Davi é trabalhar com coral tradicional e a proposta de Nara é trabalhar com musicais o que se torna ainda mais difícil, pois é preciso unir a linguagem do teatro e da dança com a prática coral. Contudo, penso que as atividades musicais devem sempre estar relacionadas, desde sempre, com o resultado final que se quer alcançar.  

2 comentários:

  1. Está aí uma tarefa que é infinita e que enriquece educadores e educandos:descobrir todo o potencial de uma criança, e se tratando de turmas, isso ainda é mais complexo.meu primeiro intrumento foi o violão e me lembro como se fosse ontem que meu professor disse que eu não tinha rítimo e não tinha muito tino para a música.Hoje, meu maor desejo seria encontrá-lo para dizer que sou uma profissional e, apesar de todos os defeitos que tenho, faço curso SUPERIOR de música na UFBA.Não o recrimino por aquela atitude que ele teve, mas ressalto que ele COM CERTEZA desconhecia todo o meu potencial.

    "Pirem aí:

    Quantos cantores estão confinados numa sala ou escritório lavando uma vida entediante e burocrática?

    Quantos compoositores criativos resumem a sua vida à rotina de sempre?

    Quantos intrumentistas estão por aí perdidos porque por term alguma deficiência os consideram incapazes de fazer música?

    Cabe a nós educadores musicais salvar os grandes músicos das garras da ignorância, mostrando um caminho muito mais interessante que se esconde dentro deles mesmos.

    Boa sorte Isis!!!1

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  2. Massa Paola! Boas observações. não devemos nunca subestimar o potencial de nossas crianças. Podemos nos surpreender muitomais do que imaginamos.

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