sábado, 30 de outubro de 2010

Relato Olga Quinta 28 de outubro de 2010

Nesse dia não aconteceram as atividades na Escola Olga devido ao feriado dos funcionários públicos. Eu já estava ciente desde a semana passada, quando eu ouvi no bate-papo dos professores. Mas mesmo assim eu liguei para o professor Raiden para confirmar.
A minha quinta-feira foi normal, aproveitei a tarde para estudar trombone e fazer outras atividades e no final da tarde fui para o coral da Emus. Depois disso ficamos na sala 102 tocando e cantando eu Márcio, um violonista que eu não me lembro o nome e o pianista que está ultimamente nos acompanhando no coral com Acenísia. Ao sair de lá fomos para a reitoria assistir os "Mestres no palco", dessa vez com o Grupo Garagem.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Relato Santa Bárbara, 21/10/2010, quinta-feira.

A expectativa em comparecer à escola santa Barbara nesta quinta-feira foi bem distinta das demais ocorridas ao longo deste ano nas práticas de observações e monitorias que permearam a nossa rotina no decorrer do mesmo. Utilizo o termo “nossa” rotina ao invés de “minha” rotina por perceber as mesmas reações e sentimentos diante dos desafios e também da nova oportunidade (liderar as aulas de música neste dia), mesmo levando em conta as experiências prévias de alguns bolsistas com uma classe, houve a sensibilidade de perceber que apesar de cada um ter suas experiências, não se pode negar que cada turma e cada escola representam realidades distintas assim como os sujeitos inseridos no contexto escolar.
Nestas aulas substituímos o professor Maurício; ou seja, passamos a ser “os cabeças” do negócio, ou melhor, da aula. Cheguei à escola pouco mais de 8:30 da manhã, em seguida, chegaram o Ricardo e o Jean com as “prescrições” cuidadosas do Maurício.Nos reunimos na secretaria e no decorrer de uma breve conversa tentávamos organizar nossas idéias e os planos de aula “relâmpago”, pois os minutos que se passavam nos convidavam à responsabilidade e não havia mais tempo para pensar e sim para agir. Então, ficou decidido que cada um ficaria responsável por liderar a aula em uma das turmas, sendo que todos os bolsistas auxiliariam em todas as aulas também.
Na verdade não deu muito tempo para incorporar a aula a ser dada, nem tampouco pensar os possíveis problemas de algumas formas de abordagens, que naquele momento, iam escapando nas ações, muitas vezes pensadas, mas não avaliadas. Estas reflexões ocorriam no momento da ação, o que gerava um certo desconforto, embora em alguns momentos servissem como um “puxão de orelha” ao qual só quem sente percebe. Mas, já estávamos lá e tínhamos que desempenhar algum papel naquele momento que nos convidava a ação e que ao mesmo tempo nos desafiava!
Jean liderou a aula no terceiro ano B onde explorou as “prescrições” do Mauricio como um verdadeiro discípulo na sala de aula, abordando o tema altura do som. Propôs a brincadeira do “Morto e vivo”, sendo que, para o som grave associava- se ao termo morto, fazendo o movimento com o corpo para baixo, ficando de cócoras; para o som agudo associava-se ao termo vivo, fazendo o movimento para cima, ou seja, ficando em pé. Ricardo também deu a sua contribuição nesta aula, onde fez com que os alunos explorassem os sons existentes na sala de aula, tendo os mesmos encontrado os sons que foram considerados como mais grave (a porta batendo) e mais agudo (o som das chaves penduradas no armário).
Bem, fiquei responsável pela turma do terceiro ano A onde desenvolvi uma atividade do “Lenga la Lenga” com a canção “Zabelinha”. Apresentei o jogo de copos correspondente a essa canção. Mesmo sabendo que não seria nada fácil por ter presenciado em algumas aulas o longo processo de assimilação dos alunos da dinâmica “Viva o rabo do tatu”, tendo a mesma sido fragmentada no decorrer de um número de aulas, até a sua conclusão. Quis fazer esta experiência para poder avaliar o nível de compreensão dos alunos e também para tentar entender o porquê destas atividades serem feitas fragmentadas por Maurício, embora concorde com suas explicações a respeito desta prática, mas, só poderia chegar a alguma conclusão passando por esta experiência. Primeiro, apresentei a música aos alunos cantando e fazendo o acompanhamento no violão. Na segunda repetição os alunos cantaram juntos comigo. Em seguida convidei os alunos que se encontravam na fileira do fundo (na fila horizontal) da sala, pedi que cada um desse as mãos uns aos outros, formando uma roda e em seguida sentamos para dar início às atividades com os copos. Distribuí os copos e fiz os movimentos em um andamento mais lento, cantando a letra da música para apresentá-los. Em seguida, pedi que cada um colocasse os copos à sua direita com a boca para baixo, na posição inicial. E novamente fiz os movimentos lentamente para que os mesmos tentassem reproduzi-los.
Por incrível que pareça estes primeiros alunos foram os que desempenharam melhor a dinâmica, mesmo incluindo os diversos erros ao longo do desenvolvimento da atividade. Havia momentos que um ou outro aluno se encontravam nos movimentos, principalmente quando se concentravam no que estavam fazendo e observavam os movimentos que estavam sendo desenvolvidos mais lentamente. Infelizmente, não houve um momento de acerto integral dos movimentos nessa fila de forma que a dinâmica fluísse mais livremente, mas, como enfatizei anteriormente, ocorreram acertos dos movimentos da dinâmica por parte dos alunos, mesmo não sendo simultaneamente por todos, sem a dinâmica ter sido fragmentada, destacando-se alguns alunos que mostraram maior assimilação. De certa forma o tempo não contribuiu muito para que fosse possível auxiliar melhor os alunos que se encontravam com dificuldades, logo tive que ignorar tais dificuldades e atender a próxima fileira de alunos, o que foi realmente uma pena, pois, os alunos desta primeira fila eram os mais interessados.
Na segunda fileira composta pelos alunos da sala que se comprometeram a participar da aula, com exceção da primeira fila, a maioria dos alunos não queriam mesmo participar, mas, bastou o aluno de comportamento mais aversivo se pronunciar positivamente, para que viesse com ele a maioria dos que antes eram do contra. Com estes alunos as coisas não fluíram muito bem, pois eram mais desatentos e agitados; houve poucos que acertaram os movimentos. Então, sugeriram a dinâmica “Viva o rabo do tatu”, e logo tudo deu certo. No final Ricardo sugeriu a música “O lixo tem que ser reciclado” para que os alunos fizessem um rap com a mesma.
No grupo cinco fizemos a rodinha da amizade e desenvolvemos uma atividade de imitação bem familiar aos alunos, onde o primeiro aluno cria um ritmo com o copo e o aluno seguinte o reproduz, seguindo este exemplo até o final da roda. Foram tocadas algumas músicas do repertório da turma e no final cada um dos alunos experimentaram tocar o violão.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Relato escola Santa Bárbara (21/10/2010)

Após dias tumultuados, festivos e cheios de grandes emoções. Mais uma quinta-feira que parecia beirar a normalidade. Cheguei à escola meia hora antes do horário de entrada dos alunos. Acompanhei a oração inicial e a entrada dos mesmos em sala de aula. Maurício de longe me viu e esboçou uma risadinha, apesar do ar meio esbaforido:
– Hoje o 4º ano vai fazer uma apresentação no SESI Caminho de Areia!
– Legal! – respondi.
– Ás 14h30min chega o ônibus que vai nos levar, vamos apresentar a música bolacha de água e sal do Palavra Cantada, conhece?
– Que massa Maurício! Não conheço, não.
– É legal, você vai ouvir. Metade da turma faz um jogo com copos e mãos e a outra canta a música, tem um momento contrastante onde todos estalam os dedos e depois volta pro groove.
– BAAAALAA!
– Então, ainda tenho que resolver isso do ônibus procurar o motorista e coisa e tal. Você pode dar aula no 1º ano hoje?
– CLAAAAR...Hã?! Sozinha? Eu e eles?
– É, é bem simples, vamos continuar aquele jogo de “Fino/ Agudo, Grosso/Grave, Curto e Longo”. Leva o teclado e o amplificador para a sala, divide a turma em duplas e pede para virem ao quadro. Escreve num papel o som que eles devem fazer (curto, longo, agudo, grave), enquanto um lê o papel e toca o outro desenha o gráfico do som que o primeiro fez. OK?
– Claro, vamos nessa!

Quando estamos planejando uma atividade para sala, tudo parece fácil e fluido, no entanto, no momento da execução é que vemos as brechas, os pontos positivos e negativos, o que funciona e não funciona e, principalmente, que educador é você e que tipo gostaria de ser.
Maurício solicitou a uma professora permanecer em sala de aula para organizar a turma. Passados dez minutos do começo da aula, Romildo (Maurício, o nome dele é Romildo ou Romilson?!) adentra a sala. Romildo/son é aluno de Licenciatura da Católica, veio observar a classe.
Resolvi só trabalhar o som curto e longo com os alunos, escrevi em quatro papéis quatro sons diferentes. A dupla chegava ao quadro e sorteava um papel para realizar. De todos os alunos em sala apenas um realmente sabia ler, ajudei-os a lerem os cartões, o que demandava mais tempo e mais atenção. As primeiras três duplas realizaram a atividade sem grandes problemas. Toda minha “performance” era bem teatral, para tornar a aula mais engraçada e prender a atenção deles, difícil mesmo era fazer com que todos me ouvissem, silêncio é um artigo em extinção. A quarta dupla (de um total de quinze) tropeçou no fio do teclado, consegui salvá-lo da queda, mas a morte foi inevitável, do teclado é claro. Resolvi continuar a atividade utilizando a voz. Alguns ficaram confusos então solicitei toda sala para que primeiro realizássemos sons curtos. Vários “pi, pá, pu, tchan, úú” surgiram de todos os cantos, depois sons longos, resultado: Aproximadamente dois minutos de gritos ininterruptos. 

A essa altura já sentia desconforto ao falar. É muito desgastante falar gritando o tempo todo e, se essa experiência evidenciou algo foi: Gritos não fazem e não poderão fazer parte da minha prática pedagógica. Mesmo que falem que ao longo dos anos ganharei prática na famosa “impostação vocal”. Não tenho estrutura e nem vontade de utilizar esse artifício em sala de aula. Admiro muito professores-com-voz-de-trovão, mas não é para mim! Com certeza é mais difícil (e quem disse que EDUCAR é fácil?!) e leva mais tempo, mas o desgaste físico/mental/psicológico é bem menor! Voltando ao relato, pedi um som longo à classe do 1º ano, gritaria-sem-fim que só cessou quando a outra professora apagou as luzes. Todos AUTOMATICAMENTE abaixaram as cabeças e calaram-se (Salve, Behaviorismo!), neste momento percebi que só havia uma professora em sala e, infelizmente, não era eu. Continuamos o jogo, poucos conseguiam ouvir a voz do colega que realizava a atividade e, com o passar do tempo, nem toda a “encenação” conseguia mantê-los conectados a brincadeira. 
Os poucos que estavam atentos DECORARAM os papéis, fiquei feliz porque pude observar o quanto são espertos e ligeiros quando querem, mas o jogo realmente perdeu a graça. Corri para secretaria/sala do professores e peguei o violão: “A, agora eu faço o som e vocês desenham no quadro!”. Dei outro piloto para dupla e continuamos a atividade até o fim. Percebi que muitos ainda não entendiam o porquê do som ser curto ou longo. Enquanto pensava em como finalizar a aula perguntei-lhes: “Por que chamamos um som de curto?”. Várias respostas: “porque é pequeno, porque é rápido...” um disse: “Porque é agudo!”, mas imediatamente foi corrigido por um colega, que respondeu: “pode ser grosso e curto”. 
Aproveitei a deixa: “vamos todos fazer um som grave e curto?!” Vários “tos, pós, pum”. Ainda matutava um fim-de-aula interessante e coeso, mas nada vinha a mente (Aiaiai Plano de Aula, que falta você faz!). Perguntei “E por que chamamos um som de longo?”, outras tantas respostas: “porque é grande, por que demora...”. Eu: “então vou contar até três e vamos todos fazer um som longo para finalizar a aula: 1,2 e 3...”. “CALA A BOCA DE UMA VEZ”, respondeu uma parte da turma, enquanto a outra parte simplesmente me ignorava. Insisti na brincadeira: “Vamos lá pessoal! Vocês sabem o que é um som longo, é só fazer!” Bom, não posso dizer que o resultado não foi satisfatório, mas, para o que parecia uma tarde beirando a normalidade, quase me deixa louca (ou ao menos um pouco mais surda). 
Gritaram, gritaram, gritaram e eu que já não tinha forças, nada fiz. Esperei a professora apagar as luzes novamente, arrumei as coisas em cima da mesa e levei para a sala dos professores, ainda gritavam quando saí da sala carregado o violão e o amplificador. Quando voltei à sala para buscar o teclado todos estavam quietos de cabeças baixas, Insight! Comecei a cantar DA MARÉ bem baixinho, aos poucos foram me acompanhando, começaram a aumentar o tom de voz, “regi” a turma para que continuassem cantando baixinho. Botei o teclado embaixo do braço e disse: “Muito bonito, crianças! Até semana que vem”. Eles quase em coro: “Tchaaaau Próóó!!”, a ultima voz que ouvi foi a da outra professora que comentava com o Romilson/do : “Coitada da professora!”. Esse “coitada” doeu mais do que toda indiferença dos alunos desatentos.
Tomei um copo d’água, respirei fundo e fiquei esperando Maurício na sala dos professores. Ele já chegou perguntando “E aí?! Como foi?!”. “É, foi! Mas primeiro tenho que digerir a experiência para depois te passar os detalhes” – respondi.

No pátio, já havia uma fila de alunos formada, sorrisos estampados e pouco nervosismo aparente, de imediato quase todos me reconheceram como a DJ da festa. Alguns se esqueceram do bilhete de permissão dos pais, e pediam encarecidamente para que Maurício e a Vice-Diretora lhes permitissem o passeio. Uma das alunas correu até sua casa (que era próxima a escola) debaixo de chuva, só para pegar a autorização. 
Dentro do ônibus a turma se dividiu em duas: a galera do fundão, que cantava e brincava bastante e o pessoal da frente, que parecia mais tímido e ansioso. Maurício ficou ao lado do motorista mostrando o caminho e eu fui atrás com a galera. Tirando um ou outro pedido de “Por favor: mãos, pés, cabeça, joelho, cotovelo e nariz DENTRO DO ÔNIBUS”, não me deram trabalho algum! Uma turma madura e disciplinada, no limite onde toda criança o pode ser. Chegamos ao SESI no horário combinado, bem a tempo de ver o começo das apresentações, os alunos acomodaram-se na platéia e lá ficaram muito bem comportados. 
Uma das alunas me disse que não poderia ficar no auditório, pois passava muito mal com o ar condicionado. “OK, então a gente fica sentadinha aqui até a hora da apresentação de vocês”. Outra aluna agarrou meu braço e disse que estava sem autorização dos pais, então iria ficar perto de mim. Ficamos as três conversando na ante-sala do auditório. Foi divertidíssimo! Parecia um programa de entrevista: quando não estavam respondendo, estavam curiosíssimas perguntando. De longe parecem crianças, mas me surpreenderam com a maturidade de suas palavras. 
Quando perguntei sobre as diferenças entre escola pública e escola particular elas foram veementes: “A escola particular é um saco, um monte de metidinho que se acha e que diz que sabe de tudo, mas não sabe nada. Os pais pagam caro e pensam que dinheiro compra conhecimento, mais burros ainda, por que não sabem que depende é do aluno, o aluno é que aprende, se quiser aprender alguma coisa, é claro. Na escola particular eles aprendem é a esnobar com o tênis caro, tirar onda com o celular novo, só isso... nada que preste”. Não preciso nem dizer que o relato sobre a escola pública e, mais precisamente a Santa Bárbara foi tão enfático quanto, mas inversamente proporcional. Elas ADORAM a escola, os amigos, os professores, a merenda, sentem mesmo como se fosse uma extensão das suas casas, uma segunda família. Perguntei-lhes o que elas gostariam ser quando crescer, prontamente a primeira disse: “promotora de justiça” e a segunda, “Artista! Quero desenhar, fazer quadros, esculturas”. Fiquei feliz e surpresa com as respostas e disse-lhes:
– Meninas vocês tem o poder de ser tudo que quiserem, mas terão que estudar muito e trabalhar duro.
– É, tô ligada!

Chegada a hora da apresentação, alguns aparentavam muito nervosismo. Posicionaram-se e aguardaram concentrados a regência de Maurício. Foi lindo! A galera dos copos não errou uma, mesmo desfalcados – a mocinha que passava mal com o ar condicionado não aguentou ficar no auditório. Inicialmente começaram a cantar tímidos, os ombros para dentro e a cabeça levemente baixa. Depois da parte contrastante, onde a dinâmica diminui, voltaram com todo gás. Realmente uma apresentação muito bonita. 
Na platéia aplaudiam bem felizes as “chefonas” (com o perdão da palavra, é claro. Não me recordo agora nem os nomes nem os cargos, mas Maurício pode comentar isso depois, né?) Também marcava presença o pessoal da comunidade, que não se preocupava muito em regras de convívio social, como fazer silêncio ou mesmo, não jogar bolinhas de papel. Na saída, lanchinho para todos! Voltamos para o ônibus, todos alunos, mais uma vez, muito comportados. Já no ônibus, não havia dois grupos, todos estavam no fundo cantando e batucando, felizes com a apresentação (Salve, Adrenalina!). Chegada tranqüila, na escola o transporte escolar de uma das alunas já havia passado, provavelmente ela se esqueceu de avisar-lhes da apresentação. Mauricio a levou em casa e a mim também. Durante o trajeto:
– E aí?! O quê que você achou? Como foi a aula? E o 4º ano?!
– Calma Maurício! Vou digerir e prometo que escrevo TUDO.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Olga, 22/10/2010

No caminho da escola sempre encontro vários alunos e todos gritam, "ei professora! Tá indo pra escola? E achei que deveria postar sobre este momento, que me traz um sentimento muito bom, de ter descoberto mais uma utilidade na minha vida: Ser professora!!!
Como de costume, os alunos do Olgart estavam esperando os professores chegarem para poder entrar na escola. Isso acontece porque os alunos são do turno oposto, e se eles entrarem na escola, ficam fazedo bagunça. Neste dia, Ráiden avisou que não iria, pois estava com tendinite. Por isso, a professora Rita iria dispensar a banda, mas eu falei que não precisava, que eu tentaria ajudar. A professora Rita pediu que fizessem uma roda para dar alguns recados pediu também que eu, Maurício e André fizessemos um aquecimento para dar início ao ensaio. André pediu para permanecerem na roda e que ficassem em silêncio. Ele puxou uma ponta da fila e começou a andar em caracol, fazendo vários percursos diferentes. No início o pessoal ficou rindo, mas depois fluiu e ficou muito interessante.
Com a ajuda de Maurício, dei continuidade ao trabalho de ritmos brasileiros, ensinando a música "Nagô,Nagô", com o arranjo de percussão corporal do livro Lenga La Lenga, ensinada por Barral, no grupo de estudos. Perguntei se alguém conhecia o Maracatu e se sabiam de onde vinha. Ninguém respondeu que conhecia, e nem sabiam de onde vinha. Fizemos a percussão corporal e cantamos. Não deu tempo de falar sobre os instrumentos, o contexto histórico, porque iria demorar. Então passei a bola para a professora Rita.
O ensaio começou e ocorreu tudo bem. A peça está praticamente pronta, e ouvi uma aluna dizendo que eles irão se apresentar em Brasília, e irão de avião!!! Achei muito legal!
No final a professora chamou a atenção de quem estava desconcentrado e avisou que não aceitará mais certos tipos de comportamento. A professora Rita é bem brava, mas o resultado é muito bom! Vamos conferir na estreia!!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ausência

No dia 22/10/2010 não foi possível a minha presença na escola no ensaio do musical Áfricas, porque passei muito mal com cólica mestrual. Mil desculpas. Obrigado. Angela Usêda.

Relato do Colégio Municipal Olga Figueiredo - 22 de outubro de 2010 / Sexta-feira.

Para os estudantes que fazem parte do projeto Olgarte, a ação de expressar suas idéias através do teatro, da dança e da música tem se tornado cada vez mais natural. Os movimentos vêm ganhando forma e revelando a idéia do musical com bastante clareza e criatividade. A oralidade e a interpretação do texto têm sido bastante valorizadas durante os ensaios. Nesse contexto os alunos vêm adquirindo motivação para estudarem com mais comprometimento e com prazer.
Os ensaios têm acontecido seguindo um roteiro dinâmico, dividido da seguinte maneira:
- primeiro momento: A profª. Rita faz um trabalho de conscientização, motivação, participação, integração, compromisso, responsabilidade e de reflexão a respeito do "por que estou fazendo?” “Para que estou fazendo?” E, também a respeito do fato se o musical “ tem causado mudanças importantes para uma relação saudável comsigo mesmo, com o outro e para o bom resultado do trabalho?”.
- segundo momento: voltado para as oficinas, onde os colaboradores André, Maurício, Ana e Ângela, têm desenvolvido atividades com o propósito de contribuir para um melhor desempenho dos alunos.
Nesta sexta-feira o responsável pela oficina de canto fui eu e realizei um trabalho de aquecimento vocal, memória e noção de espaço em parceria com a profª Ana Tomich.
Desenvolvimento:
Noção de espaço - Foi pedido para que os alunos fizessem uma roda e ao sinal do professor eles começaram a andar: o aluno à esquerda devia seguir o colega que estivesse à sua direita. Num dado momento, o líder da roda, que no caso foi um professor, começou a caminhar em várias direções dando uma idéia de caracol para no final voltar na roda inicial;
Memória e aquecimento vocal – Pedi que os alunos reproduzissem o som que iestava fazendo, aumentando o grau de dificuldade e variando em diversas alturas. Sempre partindo do grave para o agudo e do agudo para o grave auxiliando numa melhor projeção da voz;
Cantiga de roda e Percussão corporal – A profª. Ana ensinou uma canção da nossa terra, inserindo elementos de percussão corporal e movimento. Os alunos demonstram bastante interesse pela atividade o que levou a participação de todos.
Ela solicitou aos alunos que repetissem a letra da canção frase por frase; depois que imitassem os elementos de percussão corporal associando a letra da canção. Uma vez  que eles dominavam a melodia da canção e os elementos de percussão foi solicitado que os alunos executassem andando em formato de uma roda.
Antes de passar para o terceiro momento a professor Rita pediu que os professores Maurício e Ana ficassem responsáveis pela banda de percussão para que ela pudesse se concentrar na passagem da fala e da dança do musical.
- terceiro momento: foi passado o musical do início ao fim sem interrupções e com a participação da banda para cronometrar o tempo de duração e a simular a performance em teatro.
Os ensaios têm ganhado um fôlego cada vez maior pelo fato de estar se aproximando o dia da estréia do musical. Ao final de cada ensaio a professora Rita tem conduzido um momento de reflexão sobre o processo do trabalho. Também são dados os avisos e logo em seguida os alunos são dispensados.

sábado, 23 de outubro de 2010

RELATÓRIO OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA ESCOLA SANTA BÁRBARA (3º ANO A, B e GRUPO CINCO) 21 DE OUTUBRO DE 2010

Terceiro B: Diferenciação entre grave e agudo

O educador Jean Prado perguntou aos educandos se eles conheciam a diferença entre os sons graves e agudos. Surgiram algumas associações, como grande e gordo para grave; fino e pequeno para agudo. O educador usou o violão para exemplificar os sons, grave (6ª corda) e agudo (1ª corda) iniciando a brincadeira de vivo ou morto utilizando os sons graves para “morto” e agudos para “vivo”, alternando os sons, repetindo, criando dificuldades para estimular os educandos. Fez com todos juntos, depois com filas separadas, depois com todos juntos novamente. Todos os educandos participaram de maneira ativa.
Esgotada a atividade eu entrei em cena pedindo que eles identificassem quais os sons graves e agudos do entorno sonoro, eles se envolveram na exploração do ambiente descobrindo alguns sons. Pedi então que eles classificassem qual o som mais agudo e qual o som mais grave que se poderia produzir na sala, no fim resultou no som mais agudo o balançar do molho de chaves pendurado na fechadura do armário e o mais grave o armário sendo percutido lateralmente. Essa atividade serviu para avaliar se os educandos tinham realmente assimilado os conceitos de grave e agudo. Ainda tentei estabelecer um samba com os educandos percutindo nas carteiras, mas não foi muito a frente. Não por falta de habilidade ou vontade dos educandos, talvez por falta de planejamento da atividade e inexperiência minha.
O educador Jean ainda acompanhou ao violão, os educandos cantando “O que é que quer dizer” e “Xique-xique”.

Terceiro A: atividade rítmica com copos e ensaio da musica da Reciclagem.

A educadora Tânia Vêni começou a aula trabalhando uma atividade rítmica com os copos, utilizando a musica “Zabelinha”. Trabalhou com uma fila por vez, o que provocou certa algazarra entre os que não estavam participando. Foi preciso que chamássemos a atenção dos educandos para que prestassem atenção na atividade que estava sendo desenvolvida no centro da sala, o que não adiantou muito.
Depois que duas filas experimentaram a atividade, passamos para o ensaio da música que foi acompanhada ao violão por Jean e cantada por todos os educandos umas três vezes. Foi então que um educando sugeriu cantaá-la dentro de uma batida de Hip Hop. Alguns educandos se encarregaram de fazer com a boca a batida do Hip Hop, mas apenas uma educanda cantou a música dentro da métrica do Rap. O resultado ficou estéticamente muito interessante, mas a atividade não foi à frente por falta de envolvimento dos outros educandos que ficaram apenas assistindo a performance.
Então o educador Jean acompanhou ao violão, os educandos cantando “O que é que quer dizer” e “Xique-xique”.

Grupo cinco: Atividade de imitação com copos

Os educandos nos receberam mais uma vez com muito carinho.
Formamos a “rodinha da amizade” e distribuímos dois copos. Cada educando tinha que produzir um som com um copo para que o colega ao lado o repetisse. Depois a atividade passava para o segundo aluno com um terceiro, completando assim a roda. A atividade até que começou bem, mas do meio para o fim os educandos começaram a se dispersar até que a roda da amizade estava praticamente desfeita: cada educando estava fazendo uma atividade diferente. Talvez a causa disso foi o fato que essa atividade já tinha sido realizada pelo menos umas três vezes, tornando-se desinteressante. Levamos muito tempo tentando reorganizar a roda para continuar a atividade, distribuí um copo para cada educando e Jean iniciou ao violão, a música “Xique-xique”. Eles acompanharam a música batendo o copo aleatoriamente. Seguindo meu exemplo alguns conseguiram estabelecer um pulso, mas novamente antes do fim da atividade todos já estavam dispersos e foi preciso recolher os copos, tamanho era o barulho. A partir daí todos ficaram muito irrequietos correndo pela sala e só pararam quando Jean pediu para que todos sentassem em suas cadeiras. Então cantamos acompanhados do violão a “Música do Peixinho”. Antes de sair todos formaram fila para “tocar” o violão.

RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA ESCOLA SANTA BARBARA 14 DE OUTUBRO DE 2010

Evento – Retorno do dia das crianças

Cheguei à escola Santa Barbara por volta das 08h30m, encontrando todos os educandos estavam sentados no “pátio” da escola. Pensei que tinha me adiantado no horário chegando a tempo de ver a oração diária, mas não era bem isso. Os educadores organizaram um evento de boas vindas para o dia das crianças que tinha começado no dia anterior. Cada sala de aula da escola oferecia uma opção diferente de entretenimento (sala de vídeo, pintura, desenho, “artes”, maquiagem, discoteca...). Confesso que a atitude e disposição dos educadores me deixou bastante emocionado. Muitas daquelas crianças provavelmente não receberam presentes ou “congratulações” no dia da criança e retornando a escola foram acolhidas com tanto carinho e boa vontade pelos educadores.
Fui designado para ser “DJ”: havia um repertório pré-definido, com músicas eletrônicas que o educador Maurício Dória deixou em stand by. Logo que os educandos foram chegando (separados por turma, uma de cada vez), pediram para ouvir outros estilos. O mais pedido, obviamente, foi o Pagode, mas também foram solicitados o Rap e o Arrocha, alem é claro dos “enlatados eletrônicos” americanos – Blacked Eyed Peas e Justin Bieber, tão em evidência na mídia atual.
“Trabalhando como DJ” tive uma oportunidade única de observar o comportamento dos educandos de forma mais descontraída, sem as amarras da sala de aula e pude mapear um pouco do psicológico dos grupos, além, é claro, do contexto musical evidenciado acima.
A maior parte das ações ocorridas dentro da “discoteca” foram reações comuns à faixa etária de cada grupo: dançaram abraçados em círculo, fizeram trenzinho...
Descrevo agora três reações que me chamaram a atenção:
• A primeira delas e a mais comum foi o aspecto da violência. A música nem precisava ser tão agitada que eles já “armavam” os punhos e saiam trocando socos entre si, na maioria das vezes era só uma simulação de luta, mas em alguns momentos ficou bem claro a intenção de acertar o colega. Essas ações foram coibidas com a interrupção do som sempre que surgia a intenção de começarem a “brincadeira”.
• A sexualidade também esteve presente nas letras e danças das músicas de Pagode, sendo mais acentuadas nas sessões do 5º ano devido a idade já mais avançada de alguns educandos. Algumas vezes foi necessário trocar de música para frear alguns impulsos mais acalorados.
• A última das reações foi a que mais me tocou. Durante a sessão de uma turma que não sei precisar exatamente, todos dançavam enquanto um educando deitou em um canto da sala e ficou olhando o teto com um olhar preocupado, totalmente alheio ao som e a algazarra que o rodeava. Tentei chamar a atenção dele mostrando-lhe o computador em que estava trabalhando e como era o meu trabalho de DJ. Por um tempo ele se interessou, porém outros educandos começaram a rodear o computador e logo ele se retirou retornando ao seu “canto”. O educador Maurício Dória já havia nos descrito o contexto de violência em que esse educando convive, com dois irmãos assassinados pela polícia e em um estado de extrema pobreza.
No mais fica o aspecto positivo de que com alguma boa vontade e ações simples a escola se torna um espaço acolhedor, onde é possível trabalhar outros conteúdos além dos curriculares.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Relatório de Observação Escola Santa Bárbara 21/10/2010

Relatório de Observação Escola Santa Bárbara 21/10/2010


Este foi um dia diferente dos anteriores para mim, Ricardo e Tânia. Na noite anterior o professor Maurício me ligou informando que não poderia estar na escola pela manhã e solicitou que nós estivéssemos a frente das aulas na Escola Santa Bárbara. O prazo que ele informou não nos deu muito tempo para fazer um planejamento de aula ideal, mas foi o suficiente para prepararmos nossos espíritos para encararmos mais este novo desafio que é ensinar às turmas que somos acostumados a fazer uma observação participativa.
Antes de irmos para as salas sentamos eu, Ricardo, Tânia e Márcio (que não é bolsista do PIBID) e definimos que pra cada turma haveria um líder mas todos estariam ajudando no processo de desenvolvimento da aula. Eu fiquei com o 3º Ano B, Tânia com o 3º A e Ricardo com o quinto ano.
Na aula 3º A, iniciei explicando a diferença do som Grave pra o som Agudo falando associando sons agudos a instrumentos musicais conhecidos pelos mesmos como o agudo do cavaquinho, e o grave do contrabaixo. Todos eles se mostraram familiarizados com estes instrumentos (pois é do cotidiano deles nas bandas de pagode que os mesmos conhecem e escutam) e em seguida fizemos a brincadeira do “vivo, morto” sendo que vivo correspondia a palavra agudo e morto ao grave. Então falava ao invés de vivo agudo e ao invés de morto falava grave. Em seguida com o violão na mão perguntei qual o som grave e o agudo do violão tocando a primeira e a ultima corda do mesmo. Respondendo corretamente os alunos segui simplesmente tocando as cordas do violão e eles respondendo levantando e sentando. Quase todos os alunos estavam participando da brincadeira corretamente sendo que depois de automatizado as respostas aos sons criamos a regra de quem acertar fica e quem errar sai. Depois de feito assim a sala toda separamos por filas para ir à frente da sala e fazer os movimentos. Depois fizemos com todos na frente da sala. Não houve a inquietude que sempre existe na sala, o que permitiu que a atividade fluísse de forma agradável. Ao finalizar esta atividade Ricardo então solicitou que os educandos percebessem a sala e tentassem descobrir quais os sons mais graves e agudos da sala. Um aluno então balançou a chave do armário como o som mais agudo. Outros bateram na carteira, na parede, no armário de ferro e por fim na porta. Ao bater na porta percebemos que este era o som mais grave da sala. Então a aula foi finalizada de forma tranqüila e percebemos que apesar das dificuldades enfrentadas, não importa quão difícil de lhe dar seja a turma. Ela pode ser gerenciada de forma tranqüila e interessante.
Em seguida passa mos para o 3º ano B. Tânia ficou como responsável por esta turma e então fez um círculo no meio com uma parte dos alunos. Fez um jogo novo de copos com a música da “abelhinha”. Alguns alunos não participaram por vários motivos. Uma aluna disse: “eu só faço com meu professor Maurício”. Outros estavam dispersos, mas outros participaram. Quando Tânia terminou a atividade, recomeçamos com a música que eles compuseram sobre o lixo. A principio alguns alunos não cantaram, mas depois de um diálogo e solicitação de silencio e atenção, a maior parte deles participaram ainda que alguns não tivessem a música decorada. Ao finalizar Ricardo percebeu que houve uma garota que fez em stylo de rep. Então Ricardo solicitou que a garota fizesse e todos acompanhassem cantando neste estilo. A atividade não fluiu de forma tão ávida, mas percebemos que há possibilidade de se preparar uma aula dentro deste contexto pois os educandos estão inseridos neste.
Em seguida fomos para o Grupo 5. Lá Ricardo solicitou que os garotos fizessem a rodinha da amizade. Eles já sabe como funciona e então sentaram. Fizemos o mesmo jogo de imitação que Maurício já havia feito antes. Neste dia os alunos estavam muito inquietos. Todos levantavam diversas vezes e não houve muita concentração na atividade. Percebia que o costume de gritar estava impregnado no cotidiano dos mesmos, pois até mesmo para conversar alguma coisa com os demais, eles falavam com o volume de som bastante alto, o que prejudica a paisagem sonora do ambiente.
Ao finalizar este jogo (o que deu bastante trabalho devido ao comportamento dos alunos) cantamos a música do peixinho e do relógio que já e do conhecimento deles. Todos pediram pra tocar um pouco do violão e no final todos fizeram uma fila e em ordem, todos tocaram de maneira branda no violão.
Este foi o nosso desafio na Escola Santa Bárbara.




Relato Olga Quinta 21 de outubro de 2010

Corri contra o tempo, ou melhor, a favor do tempo para não chegar no Olga atrasado. A ferramenta que usei quase foi em vão, mas enfim deu tudo certo e eu consegui chegar a tempo. Nesse momento estava acontecendo o mesmo ritual de sempre: as pastoras conduziam em fila os carneirinhos para seus respectivos lugares.
Eu havia separado alguns vídeos que baixei no ”youtube” para a apreciação. Nas últimas conversas com Raiden, decidimos que ele levaria seu computador para conectar um cabo HDMI na TV de Led, pois o meu não tinha esse recurso. Então eu levei o meu amplificadorzinho, os arquivos no pen drive e o cabo p2/p10, além do meu computador para eventual plano B. Quanta tecnologia! Não é?!! Bola pra frente! Ráiden decidiu também levar um programa didático que se chama "Tons para educação musical" e funciona assim: você clica e ele toca.
Então subimos para o 1. andar com a TV. Um pega de um lado e outro do outro. Ráiden comenta que o certo era ter uma dessa em cada sala.
Quando chegamos na sala do 1 A, na hora de ligar, Ráiden me pede ajuda para alcançar a tomada que estava no alto. A professora Andréa deu um sorrisinho (Risos de Monalisa).
Na roda, o professor Ráiden pergunta: "Quem lembra da aula, passada?" A conchinha foi a primeira coisa que eles lembraram, depois o batuque no corpo, o "Samba de Maria Luiza" eles não lembraram, mas não durou muito a instiga pela memória da aula passada.
Depois disso o professor fala um pouco da atividade, pede que os alunos se sentem. Ligeiramente todos vão para frente da TV ... parecia que iam entrar! Nesse momento o trabalho foi acalmá-los, pedindo que se afastassem um pouco para trás. Então o professor toca o software, aparecem sons e figuras de pássaros (agudo), gato (médio) e leão (grave) e também outros instrumentos como: baixo elétrico, flauta doce, saxofones etc. O professor escolhe a família das madeiras e pede a alguns alunos para ir na frente escolher um desses instrumentos para serem tocados e depois discutem.
Eu mostrei algumas pessoas tocando instrumentos musicais, dentre estas: um rapaz tocando o tema do super Mário Bros na tuba. Os alunos acharam muito engraçado e riram. Duas crianças: uma tocando o tema do Sítio do pica-pau amarelo na flauta doce, outra Yesterday na clarineta, etc. Além de outro tocando baixo acústico e a musica 16 toneladas do grupo “Funk como Le Gusta” que tem um cantor com a voz bem grave. No decorrer eu ia parando o vídeo e instigando comentários quanto a sensações, nome de instrumento e altura. Alguns respondiam sem pensar e ouvir, esses iam pegando o gancho nos alunos que acertavam. Era muito difícil manter a atenção dos alunos, imaginem eu, um professor ”trainee”. Eu fazia gestos apelando pela atenção. No desfecho o professor Ráiden pega três instrumentos de percussão: um tambalde grave, um tamborzinho médio e um triângulo, agudo. Ele pede aos alunos que indique tais instrumentos quanto à altura. A maioria acerta. De repente eu faço um gesto para Ráiden e ele compreende meu recado quanto a fazer um “som”, eu no tambalde e ele no triângulo. Fizemos um xote, eles chamaram isso de arrocha, rsrsrs... Ai eu cantei "Esperando na Janela" e "Asa branca".
Passando para o 2 B, no corredor o professor pede que tenhamos cuidado com as terminologias usadas. Ele fala por exemplo que ao invés de comparar os instrumentos graves e agudos deveríamos dizer que: um é mais grave ou mais agudo do que o outro. Chegamos na sala com a TV onde a professora Graça, com a mesa cheeeia de provas, demora para perceber que precisamos da mesa para por a “gigante”...
Fizemos o contrário, eu mostrei os vídeos, apresentei um do desenho dos Simpsons com Liza tocando saxofone e não mostrei a 16 toneladas. Nessa classe os alunos estavam até então mais calmos e atenciosos. Falei do nome desses instrumentos, suas alturas e fiz perguntas. Depois Ráiden veio com o software: Tons da música e em algum momento ele equivoca chamando a flauta de mais aguda que o flautim, sutilmente eu pergunto a ele se é verdade, ele reconhece que não. Agente perguntava: -Quem sabe o nome desse instrumento? Surgiam algumas vozes: -É grave! Ráiden diz que grave e agudo não são nomes de instrumentos, mas é a maneira que sai a voz de cada um deles... Eu fiquei com pulguinha atrás da orelha, achei esse conceito parecido com timbre. Na hora que tocamos o forró (FOR ALL), todos pularam e se jogaram no chão tipo carnaval, sabe? Foi muito engraçado! Depois Ráiden me disse que acontece coisas que ele se segura pra não rir...
Chega a hora do recreio. Ráiden organiza a fila para a descida dos alunos. Recolhemos o material e ao descer ele fala em geral sobre o cuidado que deveremos ter nas aulas em não deixar que a tecnologia seja o foco, e nem usar isso como um atrativo para o aprendizado, considerando a realidade dos alunos. Ele menciona que um simples instrumento de percussão foi e é uma tecnologia. Eu concordo em partes e acho isso relativo. Eu até pensei em gravar os arquivos para executar no aparelho de DVD da escola, mas ainda não tive como fazer isso, mas acho que teria o mesmo efeito, sem considerar o áudio da TV que não tem uma boa definição.
Quando fomos colocar a TV na sala de informática, lá estava a professora Kátia, com vários alunos maiores. Pareciam ser do Mais Educação. Toda sorridente ela diz: "Pessoal esse é o professor Ráiden e seu companheiro!" Eu pensei: "vixe! ela ainda não sabe meu nome". Quando saímos da sala, percebi a fisionomia da professora, talvez tentando lembrar. Eu a cumprimento: Tudo bom! Professora Kátia e ela nos apresenta a uma nova professora estagiária de dança: - "Esse aqui é o professor Raiden e aqui é o professor... ". Ai eu falo: - "Diego, tudo bem?"
Para fechar fomos a cantina, tomar aquele rico café, onde aconteceu aquele papo descontraído dos professores, assuntos dos mais diversos: concurso de professores, quinta-feira que vem não haverá aula, feriado. Papos quentes também! Rsrs Eu ficava caladinho, cumprimentava-os. Depois Ráiden me deu uma carona até o ponto de ônibus.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Ensaio do musical Áfricas

Quando cheguei à escola com Ana Tomich o professor Raiden já estava reunido com Maurício e André produzindo um planejamento de oficinas que serão ministradas apartir de hoje, tendo a atividade sobre a ciranda como a primeira. Ficou estabelecido o seguinte cronograma:
22/10/2010 - Fisiologia da voz - André
29/10/2010 - Não haverá aula. Preparação para as eleições
05/11/2010 - Percussão Corporal - Maurício
12/11/2010 - Tema a ser escolhido - Angela Usêda
19/11/2010 - Fisiologia da voz - André
26/11/2010 - faltou confirmação
03/12/2010 - Percussão corporal - Maurício
10/12 e 17/12/2010 - Oficinas com o professor Raiden
O ensaio começou às 15:00hs. A professora já estava passando a primeira parte da coreografia que ficou muito melhor quando estive no outro ensaio. Hoje tem uma novidade a percussão com quatro meninos utilizando baldes e sob a orientação do professor Raiden. O ensaio é interrompido para se fazer uma oração.
Agora Ana Tomich vai aplicar sua atividade sobre a ciranda abordando o tema, descrevendo sua origem, músicas e passos.
o ensaio recomeça com a coreografia juntamente com a música do cd de ritmos africanos intercalando com a banda de percussão.
A parte teatral aparece com uma cena que envolve uma sala de aula do cotidiano que falará o povo africano.
O ensaio ficou completo com música, dança e teatro dando uma amostra do musical. O encerramento aconteceu as 17:30 hs.
Postado por Angela Usêda. Data: 08/10/2010

Olga, dia 08/10/10


Neste dia, Ângela me fez companhia para ir ao Olga. Foi ótimo! Chegamos um pouco atrasadas, Raiden já estava lá com Maurício e André, fazendo um cronograma de atividades que nós, bolsistas, vamos realizar. Fomos para o pátio, onde já estava acontendo as marcações de palco da peça Áfricas. Enquanto isso, Raiden organizava o espaço da percussão. A professora Rita terminou a marcação e pediu que todos formassem um roda para fazer o exercício de concentração. Ela sempre faz este exercício, mas neste dia ela pediu a um aluno que fizesse. Então, ele pediu a todos que fechassem os olhos e lembrassem de todas as marcações de palco que tinham acabado de serem feitas. Ele realmente tinha um espírito artístico e de liderança. E quando acabou a concentração, Raiden pediu para turma permanecer em círculo, e informou que eu iria fazer uma ciranda com eles. Eu me apresentei, e como já sabia que a ciranda tem a fama de ser para criança, eu comecei a atividade perguntando quem já tinha dançado, ou cantado uma ciranda, e muitos começaram a cantar: Ciranda, cirandinha... Então, eu disse a eles: Vocês sabiam que a ciranda é para jovens, adultos, idosos e crianças? E perguntei: Vcs sabem em qual estado a ciranda nasceu? E ninguém sabia. Eu respondi: Nasceu em Pernambuco, e alguns de seus primeiros criadores ainda estão vivos, pois se trata de uma manifestação popular recente. Neste momento percebi que eu não poderia conversar muito, por que estávamos no pátio, um ambiente que não colabora para as conversa, então pedi que fizessem duas rodas, uma dentro da outra, pois são 60 alunos, e comecei a cantar:

Esta ciranda não é minha só
ela é de todos nós
ela é de todos nós

A melodia principal quem diz
é a primeira voz
é a primeira voz

Pra se dançar ciranda
juntamos mão com mão
formamos uma roda
cantamos uma canção

Todos aprenderam rapidamente a canção, e parti para a segunda parte que era ensinar as células rítmicas dos instrumentos no corpo e na voz. O som do bumbo era: Bum; do ganzá era: diz-que-vai, diz-quevai; e o som da caixa era: a onda quebra na'reia. Todos aprenderam fácilmente também. Depois ensinei a dança, e aproveitei e disse que era em compasso quaternário, pois a dança marca exatamente o tempo forte. Depois juntamos tudo, dançamos, cantamos e fizemos o som dos instrumentos.
Reparei que a maioria faz a atividade com vontade, mas tem sempre uns que ainda acham bobo, dançar dando as mãos, ou cantar uma letra simples... Não sei, mas é fato que se um dia alguém perguntar se eles sabem o que é uma ciranda, acho que eles vão lembrar de um jeito diferente.

Terminei a atividade e pedi aos professores que continuassem o ensaio. Andre pediu para os alunos que ficassem em silêncio e concentrassem no que iriam fazer. A professora Rita pediu que cada um fosse para sua marca, enquanto o professor Raiden organizava a banda. O ensaio aconteceu de forma fluída, sem muitas paradas. Na minha opnião a peça está ótima, e a cada momento eu vejo a importância do Olgart na vida dos alunos. A postura deles é de ser artista, e isso reflete na personalidade, no referencial, na formação, na cidadania.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Dia atípico na escola Santa Bárbara – 14/10/2010

Dia atípico na escola Santa Bárbara – 14/10/2010

Diferente dos dias normais na sala de aula, a semana da criança trouxe uma inovação para os alunos da escola Santa Bárbara. O espírito de alegria transparecia no rosto de cada aluno de modo que as reclamações de indisciplina nem se quer havia espaço. Todos os alunos estavam interessados em participar das atividades propostas. As salas foram dividias em áreas de interesses tais quais: Karaokê, Salão de Beleza, Salão de Vídeo, Pintura Facial, Salão de Jogos, Brinquedos, Discoteca e Sala de Artes. O que pude perceber tanto dando um passeio pelas salas quanto conversando com algumas professoras o que estava acontecendo nas salas e as partes que mais interessava às pessoas era em primeiro lugar a discoteca, regida pelo maior DJ de todos os tempos Ricardo Ribeiro (que disse que vai largar de ser professor pra ser Dj...). Em seguida vinha o Karaokê junto com o salão de beleza e a pintura facial. A sala de vídeo não foi muito procurada apesar do filme ser o Homem Aranha que estava passando lá. Acredito que os meninos queriam agitação.A sala da discoteca estava sem cadeiras e com as janelas todas cobertas por um papel branco o que não deixava a sala tão escura mas dava uma de lugar escuro. Tinham CDs pendurados na sala para ajudar na organização e na climatização. A temperatura da sala estava muito quente o que me permitiu ficar por muito tempo, pois pra quem tem rinite alérgica, o abafamento provocado pelo calor prejudica e muito. As músicas mais pedidas foram “Mexe o Balaio” do Psirico e “I’ve gotta feeling” de Black Eyed Peas. Percebe-se então que a indústria cultural predomina em diferentes classes sociais e em diferentes salas, pois na sala do karaokê as músicas mais cantadas foram o Abecedário da Xuxa (nem imaginava que depois de tanto tempo ainda fazia sucesso), Meteoro da paixão e você não sabe o que é amor de Luan Santana. O interessante é que quando se cantavam outras músicas a sala ficava vazia, mas quando cantavam essas músicas acima a sala enchia novamente. Algo bom que pude perceber em meio a toda esta tragédia cultural é que como os alunos precisavam ler as letras das músicas, e as letras tinham um ritmo, eles sentiam que precisavam melhorar a leitura para acompanhar o karaokê e este tinha além da função de distração e brincadeira, um implícito convite a leitura e a educação musical. Durante o karaokê o alunos não deram tanta importância a afinação durante o cantar das músicas e também não foram registrados os pontos que eles fizeram cantando a música.
Outro fato que achei marcante foi o salão de beleza estar sempre cheio. Tinham salas que havia a nuances, mas o esta sala estava sempre cheia de meninas que queriam pintar as unhas e fazer chapinha no cabelo.
As demais salas estavam cheias, mas as que mais se destacaram foram estas supracitadas.
A conclusão a que cheguei deste dia atípico foi observar o interesse das crianças com relação ao modelo de educação tradicional. Apesar de ser um dia de diversão, acredito (não sei se de forma utópica) que a educação poderia ser um pouco parecida com este dia alegre e festivo retirando é claro o fato de haver uma presença do mercado da música imperar como sempre em nossa sociedade. As salas não necessariamente teriam que ser organizadas da forma em que estão. A escola poderia ser um grande centro cultural, organizado de forma a suscitar alegria e ânimo a todos os alunos como foi este dia, mas organizado de forma a transmitir conhecimentos diversos aos alunos. O sistema educacional poderia utilizar elementos diversos como foi o karaokê, a discoteca, e a sala de vídeo, para a difusão de conhecimentos importantes que já são transmitidos, mas não de forma a atrair o desejo pelo conhecimento aos alunos. Daí, resolveríamos o problema da indisciplina na sala de aula e convocaríamos as nossas crianças e jovens a buscar conhecimento e transformaríamos essa nossa sociedade em uma sociedade melhor!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Relato Santa Bárbara 14.10 Festa de Dia das Crianças!

Não sei por que não existe a sesta – ou “siesta” como dizem nossos “hermanos” latino-americanos – no Brasil. Pense aí, ao invés de economizar energia com o horário de verão, economizaríamos “en la siesta!”. Sei que depois do almoço me dá uma moleza, um sono. Quinta-feira é o único dia que consigo almoçar em casa, e também é o dia que vou à Santa Bárbara. Aproveito para tirar meu cochilo antes das aulas, definitivamente é revigorante. Acordei 10 minutos antes do toque do despertador, Ricardo me ligava da escola perguntando se compareceria às aulas da tarde, afirmei que sim. Ele: “Baaaaaaaaaaaaala Barral!!! Tá rolando a festa de dia das crianças, eu já fui DJ jáfuiprokaraokêjábrinqueivenhavenhavenhapra cá...”. Bem verdade que só entendi metade do que ele falou, mas a empolgação em sua voz era contagiante! Já havia passado duas semanas sem ir à escola, por motivo de doença. Doença essa que gerou um dos momentos mais emocionantes da minha vida docente: Géssica e eu assistimos as mesmas turmas. Numa das últimas reuniões ela me apareceu com um bolo de cartas enviadas pelos alunos do 2º ano, seis e sete anos. Desejaram melhoras, desenharam uma ambulância, mandaram beijos e palavras de carinho. Fiquei muito comovida, estava morta de saudades dos pequenos e depois da ligação de Ricardo quase explodi de ansiedade!

Cheguei à escola um pouco depois das 13 horas. A festa estava marcada para as 14 horas, mas algumas crianças já aguardavam no portão da escola, quase tão ansiosas quanto eu. Dentro da escola, as gargalhadas das professoras e merendeiras reverberavam pelo espaço vazio, relembravam os episódios cômicos ocorridos durante a festa do turno matutino. Eu: “Boa tarde!”, elas:” Booooa! Olhe, os estagiários de Maurício deram um pau retado aqui de manhã, viu?! Quero ver como vai ser de tarde...”. Sentei-me próxima e comecei a escrever meu relato enquanto ouvia as histórias das professoras, uma delas ainda teria de preparar a sala da massinha de modelar, resolvi ajudar. Enquanto ajeitávamos as tigelas e mesas, ela me contava sobre seus 19 anos ensinando na escola Santa Bárbara, pasmei! Contou que a escola antigamente era estadual e, quando se municipalizou tentaram demiti-la, mas o corpo docente não permitiu. Comecei a me imaginar lecionando 20, 30 anos em um mesmo local, ser professora de gerações e gerações e conseguir manter-me antenada, jovial e sorridente, assim como a Pró Antônia. Saindo da sala encontrei Maurício, ele me mostrou a sala da discoteca e me explicou o que fazer: nada muito complicado, apenas selecionar as músicas no Laptop e colocar a gurizada pra dançar. A escola possui nove salas, cada uma delas foi modificada para virar uma sala especial: karaokê, vídeo, jogos, salão de beleza, discoteca, pintura facial, massinha de modelar entre outros. Na discoteca uma enorme faixa de papel metro lacrava as janelas, tornando o ambiente mais escuro, o Laptop da professora funcionava como pick-up e um amplificador paloso (pode dizer paloso?) de Maurício fazia a festa. Alguns CDs foram dependurados com linha de nylon no teto e viraram a diversão dos alunos, eles pulavam e tentavam alcançar os CDs, resultado: no final da festa já não havia cd no teto.

Portões abertos, uma professora se encarregava da entrada dos alunos (havia um cartão para cada aluno, conforme passavam pelas salas, marcavam lhe o cartão), e eu pela discotecagem. Além dos CDs havia quatro ou cinco músicas que Ricardo baixou do youtube pela manhã, elas de fato foram a salvação da festa: Justin Bieber, Parangolé, Psirico e Fantasmão. Foi um tal de “laaaaarga o pagodão Pró!”, não vou dizer que me senti bem, mas de fato a alegria de dançar com os colegas e amigos mudava o semblante de cada um deles. No começo foi cômico, meninos de um lado, meninas de outro. As meninas, em sua maioria, desinibidas e brincalhonas. Os meninos, em quase totalidade, tímidos. Poucos dançavam e, quando resolviam dançar era algo mais parecido com uma encenação de briga – Salve Chicletão! – do que uma dança realmente, tivemos que acender as luzes e parar o som duas ou três vezes, a briga deixou de ser encenação. As meninas rebolavam com gosto, me perguntei se elas não gostariam de ouvir Kuduro ou outras músicas dançantes de origem africana. Realmente penso que eles gostam tanto do pagode por falta de opção, falta de alternativas várias, ignorância musical e, é claro, suscetibilidade ao bombardeio midiático. Alguns entravam na sala com cara de espanto, outros fazendo pose, de óculos escuros. Chegavam dançando ou tímidos, mas sempre muito empolgados. Muitos não sabiam que eu estava na escola, quando entravam e me enxergavam atrás do Laptop abriam um sorriso largo, e eu de cá respondia com outro sorriso seguido de: “Vem cá p'reu te dar um cheiro!”. Ganhei muitos abraços, e como eles gostam de ser abraçados! É um carinho sem fim. Alguns deles haviam passado na sala de pintura facial antes, saí da escola com a orelha cheia de tinta. Muitos me perguntaram sobre as cartas e a resposta era sempre a mesma: “Li todas, minha flor, e a cada uma que lia me sentia melhor, se não fosse por vocês não sei se estaria aqui hoje!”. Ficavam muito felizes ao saber que seus escritos foram tão importantes. É bom se sentir importante, né?

Tânia chegou à escola no auge da discoteca – que segundo as professoras: “Não bombou tanto não! Tinha que ver de manhã, deu a hora de ir embora e ninguém queria sair!” –, o calor dentro da sala era enorme! Sauna grátis (risos)! Entre uma música e outra, pedidos diversos e sempre a mesma resposta: “Só tem essas músicas!!!”. Eles vinham direto pra cima do Laptop e de mim, em alguns momentos havia mais alunos circundando a DJ do que efetivamente dançando.

Pausa, hora do lanche, salgadinho e suco de laranja pra todo mundo! Por que será que criança gosta tanto de salgadinho? Os nutricionistas deviam se aproveitar disso, criar salgadinhos de rúcula, cenoura, beterraba. Sonho?

A festa acabou um pouco mais cedo e todos professores se reuniram na sala da diretoria, eu fui atrás. A diretora leu uma mensagem muito bonita para os professores, parabenizou cada um deles pelo trabalho bem realizado. Alguns pediram a palavras e descreveram um pouco da sua trajetória e salientaram o quanto é importante o amor pela docência. Fizeram questão de agradecer aos bolsistas do PIBID presentes na escola, agradeceram toda ajuda e nos parabenizaram também. Agradeci em nome de todos os bolsistas. Mauricio pediu a palavra e relatou um pouco do que é dito sobre a escola e os professores nas reuniões gerais, eles por sua vez, também se sentiram lisonjeados. No fim da reunião bolo pra todo mundo. Foi um momento agradável de entrosamento e comunhão. Até ganhei uma caneta!

Fim de festa, peguei uma carona com Maurício até o ponto de ônibus. Conversamos um pouco sobre o artigo que estou escrevendo com Ana Tomich, ele deu várias idéias e norteou a pesquisa. O cansaço e desgaste do dia inteiro eram aparentes. Eu: ”Ah! Mas um cochilo é revigorante, você não acha?!”. Ele: “É com certeza! Aliás, um cochilo é tudo que eu posso ter agora, no máximo cresce para uma soneca, mais que isso é impossível. Daqui a pouco tenho que estar na escola pro terceiro turno”.

O terceiro turno é o SEJA, Segmento de Educação para Jovens e Adultos. É a “menina-dos-olhos” de Maurício. Apesar de todo cansaço e da correria do dia inteiro, em hipótese alguma deixaria de ir à escola acolher seus alunos. É muito amor gente, é muito amor.

Relato Santa Bárbara,quinta-feira, 14/10/2010.

Diversão, brincadeira e muita música traduzem a comemoração do dia das crianças na escola Santa Bárbara.
Jogos, caraoquê, vídeos, discoteca dentre as diversas atividades interativas que faziam a cabeça da garotada.
Cada sala, dentro da sua proposta revelava-se como um convite a brincadeira dentro do imaginário infantil.
Lugar e tempo justificam a sala de aula e a ação momentânea repleta de significados e representações simbólicas, entre o ser e o viver cada instante, nas diversas relações interpessoais e grupais; momento de ser criança e de tornar o espaço escolar o seu mundo. Estas são as palavras que representam a escola Santa Bárbara no dia daqueles que são a sua razão de existir.

sábado, 16 de outubro de 2010

Relatório Olga 14 de outubro de 2010

Então eu havia preparado a aula, mas esqueci que nesse dia aconteceria a festa das crianças. A escola estava com um ar de festa, crianças correndo para um lado e para o outro, todos arrumadinhos. Eu aproveitei e fui passear pela pátio e corredor olhando as novidades, desenhos e homenagens. Depois eu me deparei com duas alunas que vieram me abraçar: Que cabelo bonito! Uma delas me disse: - Cuidado pra não assanhar porque de noite eu vou pra igreja! E a outra: Ah! Eu vou pra igreja de manhã.
Entre noite e igreja, cabelo e dia, as filas iam se formando como costume: de acordo seus respectivos professores. Dessa vez não foi para o momento de oração, foi para organizar a platéia, de crianças. Só cheguei a ver uma meia dúzia de pais, que não ficaram na festa. Platéia formada e organizada ao chão, e começa a música, que se completa com o burburinho infantil, do lado eu via varias cabeçinhas sentadas cheias de “marias-chiquinhas“ e tranças, eh! as meninas são a maioria.
Uma das professoras tenta dar início a confraternização e os alunos pareciam ”não estar nem aí “ eles estavam felizes mesmo e queriam era ficar conversando, se divertindo, lápis voando, até pedra voou com destino aos óculos de outro colega, como se a festa se resumisse a isso.
Alguns alunos são premiados, por vários méritos: desenhos bonitos, bom comportamento, etc. Na hora da foto, a professora Andréa se abaixa pra ficar do tamanho do seu aluno premiado, ele também se abaixa, foi muito engraçado. Os alunos tinham medo de ir lá na frente e falar ao microfone, com exceção de Priscila, a cadeirante que leu o bilhete que fez descrevendo a importância que essa escola tem em sua vida.
Começa o tão esperado Show de Talentos Olga, professora locutora ressalta que não vale vaiar! Tem que prestar atenção! Noventa por cento foi grupos de dança, do rebolation ao Samba de roda, coloca a mãozinha no chão e jogue o bumbum pra o alto, Éh, o pagode reina mesmo!! Destaco o grupo dos gatinhos e o do Hip hop que deram um show de coreografias,executadas pelos alunos menores e elaboradas pelos alunos mais veteranos. Ah! teve uma menina que cantou uma música evangélica acompanhada por playback, algumas pessoas pareciam saber cantar essa música. Timidamente ela ficou parada no meio, até quando veio a microfonia que, do meio até o final da música, fez com que ela, com ajuda de alguns professores, se movimentasse de um lado a outro tentando achar uma posição que a favorecesse. Admirei também a resistência dos alunos capoeiristas, a roda estava equilibrada entre meninos e meninas que não estavam vestidos de acordo, parece que não tinha um mestre, mas mandaram bem e deram seu recado: - Cai cai cai cai, Capoeira escorrega, mas não cai!
Muitos alunos gostaram tanto da idéia de apresentação, que alguns decidiram, ir lá na frente recitar um poema, sobre o relacionamento da Escola Olga com a comunidade. Pareciam preces com o côro respondendo: - É lá que eu quero estudar!
Professora fala sobre o ”Mais educação” e pra finalizar, veio a premiação do Show de talentos na qual TODOS estão de parabéns, são primeiro lugar e receberam prêmios, pois a professora ressalta que todos eles estão representando muito bem a Escola Olga.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

RELATÓRIO: Apresentação de Banner e Palestra no II Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPE) – FACED/UFBA. 30 DE SETEMBRO DE 2010

Palestra – Psicanálise e Alfabetização: Inconsciente Linguagem e Práxis Pedagógica. Prof. Dr. Claudemir Belintane, USP, São Paulo.

O Educador começou a palestra falando que os primeiros contatos da criança com a linguagem são fundamentais no processo de alfabetização, referindo-se a importância do “Manhês” (espécie de inflexão vocal diferenciada quando as pessoas falam com os bebês), também ajudam no processo os contatos desde cedo com as canções, parlendas, jogos rítmicos com as mãos, historias do universo infantil.
Segundo o educador, o inconsciente tem papel essencial na alfabetização, já que é responsável pelas associações entre os símbolos tornando-os compreensíveis de acordo com a subjetividade e “conteúdo textual” da memória de cada um. Para exemplificar o autor citou algumas situações, como na associação feita por uma criança que ao perceber uma tigela quebrada automaticamente cantou a musica do pato pateta que bagunçou demais e quebrou a tigela. Ou seja o inconsciente é o realizador do processo metafórico instantâneo. Sendo esse processo metafórico condição sine qua non para a interpretação dos símbolos da escrita.
Partindo desse pressuposto o educador sugeriu a utilização de imagens e ideogramas como auxiliares na alfabetização, seguindo o caminho histórico da aquisição da escrita pela humanidade. Utilizando também a cultura da transmissão oral grande estimulador da memória. Alertando que o educador deve ter um repertório de histórias infantis, parlendas, trava línguas de memória, para contá-las sempre que necessário.
Sugeriu alguns “passos para a alfabetização que são realizados nos projetos que coordena em São Paulo: A descoberta do Nome Próprio; Nomear Imagens; Reversibilidade Silábica; Associar imagens aos textos e parlendas; Textos em verso; parlendas; histórias que proponham escolhas para continuarem; associação palavra/movimento; mnemonias; brincos; advinhas; trava línguas.
Terminando a palestra o educador ilustrou algumas cenas de embaraço que passou com algumas crianças durante a sua carreira e como conseguiu desembaraçar-se utilizado a mesma lógica do pensamento infantil, abusando da imaginação e da ambigüidade nas respostas.
Essa palestra foi muito enriquecedora e ainda apontou um caminho possível para a minha prática de ensino na qual eu pretendo trabalhar com alunos semi-alfabetizados (turma de fluxo), musicalizando-os e alfabetizando-os.

sábado, 9 de outubro de 2010

Relatório Olga 07 de outubro de 2010

Ao sair de casa quase meio dia, vi que seria um desafio chegar à escola às 13:00 hrs para discutir com Ráiden sobre a aula que havia planejado. Eu estava de short, fui na Piedade comprar uma calça jeans e também um cabo P2/RCA para usar na caixa de som e computador que estava levando.
Cheguei às 13:15 e pensei: - Enquanto Ráiden não chega, vou pedir alguém na secretaria para eu testar o equipamento. Quando fui plugar a tomada, de repente, ouvi uma voz: -Olha o cofrinho dele! Era uma professora, fiquei com as bochechas vermelhas de vergonha. Eu nem sei por que, mas rapidamente falei: -Que pena ele não tem dinheiro! (muitos risos).
Semana de prova no Olga, decidimos mudar a sequência das aulas, dessa vez começando pelo 1B, pois a professora Graça não veio, então aproveitamos os alunos dela que estavam na escola. Enquanto isso o 1A que seria primeira turma, estava terminando a avaliação.
1B
Nesse dia ficamos com turma inteira, pois a professora Deise de educação física, que divide a turma com Ráiden não tinha chegado ainda. Fizemos uma roda e sentamos no chão, discretamente o professor começa a marcar pulsação nos joelhos até que os alunos dessem conta de que a aula tinha começado e repetissem o que ele estava fazendo. Aos poucos o barulho das crianças foi acabando, em forma de “fade out”, e eles começam a realizar a atividade. Eram 4 tempos e aos poucos Ráiden alternava com palmas e estalos de dedo, e os alunos acompanhavam essas mudanças e eu ajudava os que estavam do meu lado, que não conseguiam realizar a seqüência.
Depois Ráiden tenta ensinar a conchinha com as mãos, o som parece com uma flauta. Os alunos ficaram super a fim de saber, mas, realmente não é fácil fazer isso, a princípio eu não consegui. Então o professor pediu para ouvíssemos esses sons que ele fazia, e perguntava:- São sons iguais? Alunos respondem: Nãaaaaao!!! O que tem de diferente? Alguns arriscam e dizem que: um é baixo outro é alto, é fino ou grosso até chegar a GRAVE e AGUDO.
Seguindo a linha do conteúdo trouxe uma música de Tom Jobim: ”Samba de Maria Luisa” na versão da Banda de Boca do cd MPB para as crianças. É uma música que ilustra bem a propriedade do som: ALTURA, pois uma parte da música é executada por voz de criança, outra por voz masculina no grave e outra por voz feminina, além de efeitos e assovios. Peço a eles que ouçam a música com atenção e quando a música começa a tocar, a reação que eles têm é rir, dançar e se jogar no chão. O professor Ráiden pede aos alunos para fazerem silêncio. Na segunda vez que a música tocou, eles se controlaram mais, massssss, teve uns dois que resistiram. Nesse momento a professora Deise aparece do nada e alguns alunos correm para ela. Ráiden pergunta: - Ei! Psiu! Quem mandou levantar? Os alunos voltaram a seus lugares e a professora senta e espera.
Perguntei o que eles acharam? Alguns disseram: foi engraçado!!! Divertido!!!
Eu pergunto: - Quem é que canta? -Eles respodem: - um homem! -E depois??? Uma mulher. –Qual a diferença entre essas vozes? Na algazarra eles tentam responder, falam que a voz do homem é grossa e a da mulher é fina, até que Íris responde: - Grave e agudo. Então gente, ouçam aqui o que Íris disse, e peço pra ela repetir. Vamos então trocar esses termos: grossa e fina, por Grave e agudo. Na Terceira vez que ouvimos, eles já quase interiorizaram a música e até cantaram juntos. Ráiden sugeriu abaixar-se para o grave e levantar-se para o agudo, tipo morto e vivo, seguindo uma idéia que li em um dos relatos da Escola Santa Bárbara no blog, mas com uma pitada a mais de swing e dança.
1A
Foram realizadas as mesmas atividades nessa turma. Professora Andrea, coitada estava quase sem voz! Ráiden pede-os para afastar as carteiras, e dessa vez o barulho foi menor. Andrea canta uma música assim: ”Ela conta de 1 até 10 e fala: -olhando para a professora Andrea, passando o zipper pela boca”. Realmente funcionou, todos repetiram o que ela cantou e ficaram caladinhos! Enquanto acontecia a atividade de pulsacão rítmica, Andrea permanecia no canto da sala, acho que estava corrigindo provas. Na hora da conchinha, curiosa tenta fazer, e consegue! Eu também consegui, mas foi pouco, Andrea danada! Ainda fazia trinados!!!! Achei muito interessante, no meu ver isso motiva mais os alunos ao ver seu outro professor participar de uma atividade, que até então, é vista como secundária e de menos importância que as atividades das consideradas matérias tradicionais.
Nesta sala a resposta à atividade de pulsação foi bem melhor, mas em compensação, a percepcão do grave e agudo foi menor, tanto nos sons que Ráiden fazia, quanto na atividade de apreciação do Samba de Maria Luisa. Em geral os alunos gostaram tanto que perguntaram se tinha mais, eu disse: - Semana que vem tem mais…
Antes de chegar à escola eu estava muito tenso, devido a alguns problemas pessoais, e saí de lá muito feliz, por as coisas terem funcionado.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO ESCOLA SANTA BÁRBARA 23/09/2010

Terceiro Ano B


A atividade se iniciou com o jogo de copos (Lenga La Lenga) porém de uma forma diferente. A novidade sempre chama a atenção. É o que ficou provado quando o professor Maurício solicitou que se fizessem um círculo para os educandos cantarem a música “Que é que tá escrito” (Vila Sésamo). Porém a distração na atividade se deu quando houve a repetição. Alguns alunos tentaram explorar outros sons do copo perdendo assim o andamento do jogo. Outros alunos ficaram dispersos mesmo tendo uma certa dificuldade com a coordenação motora. A aula ocorreu bem até o final, quanso percebe-se uma mudança no comportamento dos educandos, pois nos relatos anteriores eles o educador não consegui concluir as atividades propostas.Enquanto aguardava-mos a professora da sala, comecei uma atividade de concentração que envolveu grande parte dos alunos. “Atenção (bate três palmas após terminar de falar a palavra), Concentração (bate três palmas após terminar de falar a palavra) bate no rosto, perna etc.” Podendo assim aumentar o numero de partes do corpo.

Terceiro Ano A

O professor iniciou uma atividade de composição. Nem todos os alunos se envolveram na atividade pois, apesar dos educandos demonstrarem interesse pelo tema, com a turma grande não houve a possibilidade de concentração no que todos falaram.
Eis abaixo o resultado da composição dos alunos. O título ficou pra próxima aula:

“O lixo tem que ser reciclado,
E também reaproveitado,
O lixo tem que ser reduzido,
Para não poluir os rios.
Mosquito, rato, barata, mosca,
Transmitem dengue e outras coisas,
O lixo pode ser reconstruído,
E também pode ser vendido,
Mas isso não é tudo,
O lixo pode ser nosso futuro!
Ajuda a fazer muitos objetos,
Podemos fazer até um boneco,
Carro, bolsa, copo, robô,
Para brincar com seu avô,
Podemos criar um chinelo,
Para andar no nosso castelo.”


Grupo 5

O professor solicitou que todos fizessem a rodinha da amizade. O professor passou dois copos para os educandos e pediu que um imitasse o que o outro fazia. Todos realizaram a atividade corretamente. Alguns com maior dificuldade que outros. Havia uma aluna nova na turma que já havia sido transferida da turma da tarde devido à mesma ter “brigado” com um colega da turma. Esta mesma já estava a procurar “confusão” com outro aluno da manhã, porém o professor chamou a atenção da mesma sabendo do comportamento desta. Cabe ressaltar a importância deste tipo de atitude, pois é um caso que não pode se repetir e fugir do controle do educador.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Relato sobre o ensaio do musical:Àfricas

Sexta- feira, 24 de setembro de 2010.
Cheguei a escola no horário combinado às 13:30 hs procurando o professor Raiden e ele não estava presente. Um funcionário me levou até a sala dos professores, onde fiquei aguardando até às 14:00hs quando o ensaio começou. Fui apresentada a professora de dança que me informou que Raiden participaria do Congresso da Abem a partir de hoje e só retornaria na próxima semana.
O ensaio seria das coreografias no pátio da escola. Os alunos já estavam aquecendo o corpo com a ajuda de uma assistente. Depois a professora assumiu a condução do ensaio mostrando controle e liderança na sua função.
O momento mais barulhento foi na hora do recreio onde as outras crianças que não participam do espetáculo, correm, falam alto e brincam.
É o primeiro ensaio que assisto. A primeira parte está sicronizada faltando alguns ajustes. A outra parte está em processo de criação. O texto falado do musical foi feito por um grupo de alunos. O ensaio encerrou as 17:00hs. Postado por Angela Usêda.