sábado, 31 de março de 2012

A MÚSICA E SUAS FUNÇÕES

OBSERVAÇÃO DO DIA 28/03/12 NA ESCOLA CARMELITANA DO MENINO JESUS

Quando cheguei estavam todas as crianças, no pátio da escola, organizadas em filas (cada fila era uma turma)sob o comando do professor Davi e da professora Cristiane junto com mais duas professoras. As crianças cantaram a canção do "Pai Nosso" seguida do hino da Bahia, sendo as duas com acompanhamento de som mecânico. Neste momento as crianças estavam aparentemente concentradas. Depois todas as turmas foram para suas respectivas salas, sendo uma de cada vez. Em seguida fomos eu e Davi para a sala de artes onde duas turmas tiveram aula: 4º ANO (esta dividida em duas turmas, I e II) e o 2º ANO.

Descrição das atividades

4º ANO

1- Davi perguntou se a turma lembrava dos assuntos estudados no ano passado e alguns lembraram e foram listando;
(Com a segunda turma Davi não se estendeu muito neste momento, embora mais alunos tenham se manifestado em relação à primeira turma)
2- Depois Davi falou um pouco sobre altura e aplicou uma atividade de percepção musical: tocando notas em grau conjunto no teclado, subindo e descendo, para que eles identificassem esses movimentos fazendo gestos com as mãos;
(As duas turmas identificaram com facilidade esses movimentos)
3- Relembrou junto com a turma as notas da escala musical;
(Todos lembraram das notas, tanto a primeira quanto a segunda turma)
4- Desenhou no quadro uma escada com cinco degraus e colocou em cada degrau uma nota da escala e as crianças foram cantando em movimento ascendente e descendente;
(Nas duas turmas acontece uma tentativa de se cantar certo cada nota, embora ainda não consigam)
5- Ensinou uma canção para a turma:
"Dó Ré Mi Fá Sol, Gosto muito de cantar
Dó Ré Mi Fá Sol, Para a vida alegrar
Dó Ré Mi Fá Sol, Vou cantando esta canção
Dó Ré Mi Fá Sol, Diz feliz meu coração"
6- Depois eles cantaram fazendo os gestos que Davi os ensinou no ano anterior: Dó (coloca as mãos nos joelhos), Ré (mãos na cintura), Mi (braços cruzados sobre o peito), Fá (mãos nos ombros), Sol (segurando as orelhas). Cantaram esta canção algumas vezes e em seguida voltaram para a sala.
(Todos aprenderam a canção e realizaram os gestos sem muitas dificuldades. Com a segunda turma eu realizei uma atividade no final: utilizei os quadrados do tatame que fica na sala determinando uma nota musical para cada um. À medida em que eu ia pisando nos quadrados as crianças iam falando os nomes das notas. Isso despertou mais a atenção delas.)

Obs.: Nas duas turmas existem crianças mais participativas, outras menos e outras nem um pouco.

2º ANO

Como esta aula acontece logo depois do intervalo, as crianças entraram extremamente eufóricas na sala. Neste momento o professor Davi ainda não havia chegado e quando chegou mandou todos saírem pra formarem a fila e então entrarem na sala.
(A todo momento os professores têm de chamar a atenção para a educação doméstica, que é muito deficiente)

Descrição das atividades

1- Davi fez um relaxamento com a turma tocando uma música no teclado;
(os mais eufóricos ficaram com sono e não fizeram mais nada durante a aula)
2- Davi perguntou o que eles sentiram ou imaginaram ouvindo a música;
(só alguns responderam)
3- Em seguida falou sobre as funções da música de forma poética;
4- Depois iniciou um trabalho com pulsação: pediu para que todos colocassem um dedo no pescoço e tentasse sentir o pulso e simultaneamente marcasse esse pulso na carteira;
5- Falou sobre o pulso que a música tem e depois determinou uma pulsação para todos acompanharem e acrescentou movimentos com as mãos e os pés para trabalhar coordenação motora;
(a junção com os movimentos os deixou mais estimulados com o exercício)
6- Davi tocou uma música no teclado e todos acompanharam marcando seu pulso;
(Eles apresentaram muita facilidade em manter o pulso)
7- Davi voltou a falar sobre as funções da música e chamou a atenção para a prática em conjunto;
(Pois em alguns momentos se desencontravam)
8- Davi ensinou uma canção "O soldadinho" aliando aos movimentos corporais e depois todos realizaram com sucesso.
(todas as atividades com movimentos prendem mais a atenção desta turma)


Obs.: o processo de disciplina com esta turma é bem intenso. Davi precisou interromper a aula diversas vezes para chamar-lhes a atenção.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Valores...

Certa vez, assistindo televisão, vi um arcebispo ficar emocionado num programa, de cunho jornalístico, quando o mesmo exibiu a imagem dos torcedores do Bahia (lá ele!), fazendo a oração Pai Nosso antes do jogo começar no estádio.

Não sou uma pessoa com tamanha sensibilidade, mas confesso que fiquei emocionada quando vi os meninos da escola carmelitana cantando o hino nacional (Nem consegui cantar o hino todo...). Diga –se de passagem, nosso hino é considerado um dos mais nacionalistas e carismáticos do mundo, mas isso me fez refletir sobre como os valores estão sendo passados para nós na escola.

Por exemplo: apesar de nosso hino ser tudo isso, boa parte de nosso povo não sabe cantar, e muito menos o que aquela linguagem rebuscada quer dizer. Buscar aprender os valores, seja eles nacionais, pessoais, cívicos, etc. são importantes desde que ele, além de aprendido, seja interiorizado; é a partir daí que ele deixa de ser do país, para ser um valor meu, seu ou de um aluno que estuda na Carmelitana.

Mas como trabalhar valores em aula de música e fazer esse valor ser algo que pode vir de dentro do aluno?

Em música (no ensino tradicional), nós aprendemos que valor é o quanto uma nota dura (som longo ou curto) e altura é a faixa vibratória ( som grosso ou fino).

Na aula de música dessa semana, o professor Davi buscou o entendimento das turmas quanto aos valores das notas, bem como a altura existente entre elas; é interessante reparar que, após a explicação, meu colega, Pedro, fez um trabalho que estimulou um discurso todo pessoal dos alunos;

O trabalho consistia em todos improvisarem dentro do conteúdo aprendido na aula.Se você conhece o dó-re- mi; você pode embaralhar tudo e fazer um re-mi-dó ou do- re- do ou re-do- mi...Ora, se você sabe que existe o ta-ti-ti-taa (“taa” dura mais que “ta” que dura mais que “ti” ) você pode fazer várias sequências com ti-ta-ta ou taa-ti-ti...

Assim, aprendemos como o discurso funciona, como usá-lo e usamos para transmitir NOSSO discurso.

A brincadeira musical foi tão produtiva, que eu percebi o quanto eles ficaram à vontade com o professor Pedro, e até nos intervalos entre as aulas, conversaram com a gente como se fossem nossos colegas. As tensões praticamente desapareceram!

Sabe... Existe muita gente por aí que dizendo ser músico, mas tem um conceito tão fechado sobre ela, que deixa a musicalidade sair pela janela! Aí perde nesse quesito para um aluno da escola Carmelitana que, desde cedo, já exercita a criatividade para usar a matéria prima ministrada nas escolas e assim produzir um discurso baseado na consciência; ele ganha porque mais vale uma música bem interpretada do que uma mera execução de uma complexa partitura.

No caso daquele arcebispo que falei no início, tenho que certeza que 90% de sua emoção se deve ao fervor com que aqueles torcedores oraram, do que pelo simples fato de orar.Ali, aquela oração já não era mais católica, evangélica ou coisa alguma, ela era exclusivamente deles, pois foi feita de dentro para fora, cada palavra era conscientemente proferida, era a oração dos torcedores do Bahia (lá ele!).

Recepção da Calourada













Apresentação do PIBID/MUS
E Realização de Oficinas

No dia 12 de Março de 2012 a equipe do PIBID Mus realizou um encontro para recepção dos calouros de Licenciatura em Música. Os objetivos das atividades foram: mostrar a importância PIBID para os alunos do curso de Licenciatura e, apresentar o trabalho que atualmente é desenvolvido nas escolas.
O Bolsista Rodrigo Leal ministrou a oficina: História sonorizada. Nesta atividade ele demonstrou aos novos alunos as possibilidades de criação de trilha sonora, para uma história criada em sala de aula. Os novos alunos demonstraram entusiasmo e interesse pela oficina. Este trabalho foi realizado no grupo de estudos do PIBID música no mês de Janeiro 2012 e pode ser acessado no Blog.
O Bolsista Pedro Vieira realizou uma oficina de Percussão Corporal. Neste trabalho o bolsista mostrou aos alunos a possibilidades de utilização dos sons produzidos no nosso corpo nas aulas de música. Pedro falou sobre a importância da utilização do corpo nas aulas.
Após as duas oficinas os Bolsistas Tiago Monteiro e Rodrigo Sá, fizeram relatos das atividades desenvolvidas pelo PIBID música na Escola Carmelitana Menino de Jesus e na Escola Santa Bárbara.
Após os relatos dos Bolsistas, houve uma seção de perguntas e respostas entre alunos e bolsistas. Os novos alunos do curso de Licenciatura em música agradeceram pelas atividades e pelas informações.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Apresentação das amigas clava no grupo 5


Escola santa Barbara 27.03.2012

Mauricio iniciou a aula formando uma roda com as crianças para poder começar a atividade. O professor perguntou aos alunos sobre as musicas da aula passada e depois de lembrada, começaram a cantar de forma que quando chegassem ao final da música eles falassem seus nomes. Assim foi feita: “o meu nome é Rodrigo e o seu como é que é o meu nome é Rodrigo e o seu qual é?...” todos os alunos repetiam a música um de cada vez falando seu nome. Nessa atividade pude perceber que os alunos já consegue cantar no ritmo da música, alem de sentirem os acordes de preparação e também de haver uma maior integração dos alunos com a atividade. Mauricio também levou as clavas para ser apresentada a turma. Contudo, antes da apresentação, foi feito um exercício com a língua para poder facilitar a pronuncia do nome clava. Em seguida foram distribuídas as clavas passando de um por um. Mauricio me explicou que essa forma de passar as clavas foi intencionalmente, pois assim ele pode trabalhar a questão social e união da turma. Depois da distribuição das amigas clavas foi cantada a música “atirei o pau no gato” com o ritmo tocado nas clavas finalizado à aula.

Nessa aula pude aprender que ate o modo como se distribuir o material nas atividades pode ser utilizado no processo educativo dos alunos. Alem de lembrar que a educação musica tem uma grande importância na questão social.

Contato da turma com Instrumento.

Aula ministrada dia 26/03/2012, tema: SOM e Silêncio.

Nesta aula o professor Davi mostrou à classe a importância do som e silêncio. Explicando como estes dois elementos são fundamentais tanto nas aulas de música, como nas aulas de outra disciplina.

O professor começou a atividade, pedido que os alunos ficassem em silencio e se concentrassem nos sons do ambiente. Feito isso o professor perguntou quais os sons que o grupo havia percebido. Dando continuidade o professor explorou as possibilidades de sons que podemos fazer com o nosso corpo.

Atividade de apreciação Musical:

O professor Davi, colocou os alunos sentados em circulo, e tocou uma música no teclado para a classe. Ele explicou ao grupo que para compreendermos o que estamos ouvindo temos que nos concentrarmos e fazer silêncio. Dando continuidade a aula o professor colocou a música “Olha o sininho” para a turminha do grupo 5. Esta música apresentava os instrumentos musicais: Pandeiro, sinos, carrilhão, reco reco,, pratinela, maraca e chocalho. Após os instrumentos serem mostrados a turma na canção, os alunos receberam os instrumentos e cada um tinha que tocar o instrumento junto com o cd na hora que o seu instrumento era apresentado.

Pontos Importantes:

Através do conteúdo Som e Silencio o professor sensibilizou os alunos sobre a importância de estar atento para ouvir. Davi mostrou ao grupo que o silêncio deve acontecer em todas as aulas, para que se possa aprender.

Geralmente quando entregamos os instrumentos aos alunos a primeira coisa que eles fazem é tocar. Nesta aula o foco foi som e silêncio. Os alunos só tocaram o instrumento quando o cd apresentava o instrumento que ele tinha em mão. Eles não tocavam na vez do colega isso chamou bastante minha atenção.

Através das aulas de músicas, podemos estimular os alunos sobre a importância do saber ouvir, e saber falar no momento propício.

terça-feira, 27 de março de 2012

Relato Santa Bárbara 27/03 - Grupo 5

Hoje observei a aula do Grupo 5, pois nas outras duas turmas não houve aula de música. Maurício começou fazendo uma canção de apresentação, onde todos dizem o seu nome e pedem para o colega ao lado se apresentar, a maioria cantou muito bem a música. Pude observar que uma das crianças já tem o senso de liderança. Ela arrumou a sala para começar a aula, pediu para os colegas cantarem a canção, além também de cantar sem problema. Outra criança já é mais ansiosa, dava pra perceber o quanto ela ficava impaciente com os outros colegas, as vezes com o professor também. Normalmente ela argumentava: "De novo, professor?!" Em seguida, Maurício distribuiu as clavas, uma por vez, todos iam passando de mão e mão, criando aí um senso de integração social, mesmo que eles não percebam isso. Maurício explicou como falar o nome do instrumento, pedindo que colocassem a língua atrás dos dentes superiores, isso possibilitou observar se alguma criança possui algum problema articulatório na fala, algo que não foi visto. Todos falaram CLAAA VAAAA, depois Maurício explicou que não era pra tocar nem na mesa nem nas cadeiras, pois poderiam quebrar os instrumentos; ele mostrou um quebrado. Todos observaram atentamente. Após distribuir as clavas, eles fizeram uma célula rítmica, explica por Maurício. Duas batidas no alto e uma no chão, fazendo duas colcheias e uma semínima. Quando todos entenderam ele cantou a canção "Atirei o Pau no Gato" enquanto todos tocavam as células rítmicas. Todos conseguiram acompanhar bem, apenas duas crianças não se integraram bem. A aula foi encerrada após isso.

Arrepio

Hoje, na aula do grupo cinco, os meninos trabalharam uma canção onde eles tinham que cantar seus nomes. Todos se envolveram na atividade, apesar de alguns cantarem timidamente.
O professor deu continuidade à aula apresentando às crianças a clava. As orientou sobre o uso correto da mesma, e antes que tocassem trabalhou a disciplina com eles, fazendo com que as clavas passassem de mão e mão até alcançar os que estavam na outra extremidade direita da roda. Os meninos começaram, em seguida, a tocar um ostinato rítmico sugerido pelo educador.
O que mais chamou a atenção nessa aula foi: a forma como a maioria dos meninos tocaram dentro do pulso, algo realmente espantoso para a idade deles, algo que segundo o professor, o deixou arrepiado e que eles, desde a primeira aula observada, estão sempre presentes, o que não se nota nas outras séries.

domingo, 25 de março de 2012

MÚSICA URGENTE!

OBSERVAÇÃO NA ESCOLA CARMELITANA DO MENINO JESUS NO DIA 23/03/12

Hoje foi meu primeiro dia de observação na Carmelitana e também o primeiro dia de aula dessa turma com o professor Davi. A turma observada foi o grupo 5. Davi iniciou a aula falando sobre som e silêncio e estendeu este assunto até o fim da aula. Deu alguns exemplos de sons frisando as suas qualidades quanto à dinâmica. Depois tocou uma música no teclado e em seguida perguntou o que as crianças sentiram. Alguns responderam e outros não, mas o que me deixou triste embora sem surpresas foi a frieza de umas das crianças que tem 4 anos quando disse que não havia sentido NADA, isso depois de responder a outra pergunta que o professor fez anteriormente que foi: "qual música vocês mais gostam?" e o menino respondeu: "crack e cocaína". Essa criança realmente precisa de arte na vida dela pra torná-la mais sensível. Outra atividade foi a de apresentação: cada um fala seu nome e depois o professor canta uma música incluindo os nomes dos alunos. Ensinou para a turma música dos Bichinhos e a do Peixinho tocando-as no teclado para as crianças acompanharem.
Ao finalizar a aula todos fizeram uma fila e saíram da sala sem algazarras.

quinta-feira, 22 de março de 2012

A escola em suas múltiplas facetas


Quando cheguei à sala do grupo cinco, Tiago e Rodrigo Sá estavam fazendo uma atividade com os pequenos. Eles estavam lhes mostrando como funcionava o saxofone. As crianças ficaram curiosas e contentes com isso. Logo depois, o professor Maurício veio e os interrogou sobre a semelhança entre o sax e a flauta doce e continuo cantando a canção “Peixinho vermelho”.
Não houve aula no primeiro e segundo ano, pois as professoras estavam num curso de capacitação. Maurício aproveitou o ensejo para conversar conosco sobre o planejamento anual das aulas de música.
O mais interessante desse dia de visita à escola é que além de observarmos a aula e da conversar com o professor, empurramos dois armários e carregamos um pouco de peso. Vivenciamos a escola em uma de suas necessidades.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Relato dia 19.03

Dando início às minhas observações, fui para a Carmelitana acompanhar as aulas de David da segunda feira. Cheguei bem na hora do Hino Nacional, cantado, como de costume, antes das aulas. As aulas serão para o 5º e 3º anos. Metade de cada turma em cada horário. Sinceramente, não há como fazer uma comparação direta entre a Carmelitana e a Santa Bárbara por conta da disparidade de realidades. O fato de haver uma sala de música, equipada com os equipamentos necessários e ainda mais com metade da turma, garante uma tranquilidade para o professor incrível. Assim como teria que ser se o caminho fosse o inverso, vou me acostumando com a estrutura da nova escola, já que novas possibilidades se abrem quando o espaço propicia. Fiquei muito empolgado com o emborrachado no centro da sala. Mesmo tendo um espaço relativamente pequeno para se fazer uma roda, acho que pode ser um bom lugar para desenvolver atividades, especialmente de relaxamento, ainda mais por conta do número pequeno de alunos por aula. Para o 5º ano, as aulas foram de leitura rítmica, com o auxílio de frases faladas. Cada figura rítmica representava uma sílaba e, assim, a mesma frase assumia diferentes métricas à medida que as figuras iam sendo mudadas. Não senti qualquer dificuldade dos alunos. As respostas eram um pouco tímidas, mas quando David começava o ditado, dava para perceber claramente que eles estavam acompanhando. Minha presença causou uma certa curiosidade – especialmente porque alguns alunos acharam que eu era estrangeiro (assim como uma funcionária). Me diverti bastante quando uma menina me chamou de gringo. Mesmo com o sotaque baiano, o estereótipo do homem barbudo vestido com uma bata é mais forte e logo fui identificado assim. Quero ver a reação quando chegar na escola sem barba. A aula do 3º ano foi sobre as diferenças entre grave e agudo. David usou alguns sinos de cabras que ele comprou na Chapada Diamantina e dois sinos de um telefone antigo. Os meninos, mais uma vez, não demostraram qualquer dificuldade e conseguiram, na maior parte das vezes, reconhecer diferenças que chegavam a meio tom. Fiquei impressionado com isso, especialmente por ter tido uma aula de Percepção II da UFBA sobre tons e semitons. Discrepâncias à parte, tenho certeza que esses meninos terão uma percepção mais aguçada depois das aulas de música no Fundamental I. Como foi minha primeira observação, não interferi muito, mas estou muito empolgado com as grandes possibilidades de trabalho que tenho em minha frente. Venho pensando em unir o projeto “Todo Dia é Dia de Leitura” às aulas de músicas de uma maneira mais integrada. Como essa ideia é um pouco audaciosa (pois tenho que fundamentar muito bem as propostas musicais para atividades literárias), vou maturando e observando o que puder antes de intervir. AbraSons.

Galerinha do grupo cinco


Relatório santa Barbara 20/03/2012

Hoje tive meu primeiro contato com a turma do grupo cinco.
Eu e Tiago ficamos encarregados de formar um circulo com
as crianças para o professor aplicar as atividades planejadas. Contudo,
Mauricio estava resolvendo algo na escola e tivemos que dar inicia a aula. Os alunos usavam um crachá que os identificavam, mas mesmo assim pedimos para que se apresentassem e fizessem um movimento ou ritmo com as partes do seu nome. Um pouco depois, Mauricio me chamou e pediu para que mostrasse o saxofone. Entrei na sala com o instrumento dentro da capa despertando a curiosidade de muitos e em seguida, perguntei a eles o que imaginavam que tinha dentro da capa, a maioria achou que era um violão. Depois de mostrar o instrumento, perguntei se eles sabiam como se chamava, muito já tinha visto na TV, mais não sabia o nome.Toquei a melodia da música "atirei o pau no gato"que foi identificada e cantada por todos. Mauricio chegou e continuou a aula cantando a música do peixinho e dividindo algumas palavras com ritmo.

Hoje aprendi na pratica a importância do planejamento da aula. Acredito que as coisas devam seguir uma sequencia para que não fique um vazio e nem repetitiva. Fiquei um pouco perdido enquanto Mauricio não estava presente. Contudo, a apresentação do instrumento ajudou muito na improvisação do desenvolvimento da aula alem da ajuda dos colegas.

Acredito que os alunos dessa turma terão grandes benefícios por terem o
privilegio das aulas de musica logo no iniciado de sua vida escola.

Na medida certa!

Quando conversamos com um leigo sobre aula de música, tocar um instrumento, cantar ou coisa semelhante; são frequentes aqueles comentários como: “eu até gosto muito de música, mas não levo jeito”, “Já tentei fazer aula e foi um desastre!”, “Não tenho voz para cantar” (aí eu respondo” e como é que você está falando comigo?!). Fico imaginando quantos cantores, compositores, instrumentistas, etc. perdemos só nessa brincadeira de “não levo jeito”.

Quando fui para a escola Carmelitana esta semana, o professor Davi estava querendo ensinar sobre leitura de figuras de ritmo e também a solfejarem as notas e intervalos; aposto que, se o leitor não conhece música, deve estar aí sem entender nada, mas vai até mesmo aprender também, quando eu disser que ele explicou para a turma que a palavra parabéns tem, em cada sílaba, uma figura musical que determina sua duração tipo ti- ti-ta (“ta” dura um pouco mais) bem visível quando cantamos “parabéns (ti- ti –ta) pra você”. E para poder entender como é que canta (solfeja) as notas “Do”, “Ré” e “Mi”, ele rimou com as palavras pó, caiapó (Do), café (ré), dentro de uma música. Assim, para cantar a nota certa, é só lembrar a música. Para entender a distancia que existe entre Do Ré e Mi (intervalos) ele cantava a música e, na hora em que essas notas eram tocadas, ele colocava as mãos no joelho (DO), na cintura (Ré) e no peito (Mi); com isso percebemos a relação de altura entre elas (quem vem depois de quem) e tinha vezes que ele trocava a ordem.

No final de uma das aulas que Davi deu fiquei surpresa quando vários alunos pediram a música.

Eu sou fulano

Bom dia fulano

Que bom estar aqui

Gosto muito de você

Sendo que muitos deles nem mesmo cantaram a música direito na aula passada. (Fiquei tão feliz, e sem graça, quando um aluno, já na fila para sair, pediu para eu cantar novamente dizendo que minha voz era bonita) .No final da aula conversando com meu colega, Pedro, ele me esclareceu bem mais sobre isso. “Você pode até achar ridículo, mas eles curtem muito fazer isso”! Vai ficar dando aula de L.E.M. pra eles é? * Para esse público é necessário esse recurso e ele funciona muito bem!

No relato que intitulei “Conceitos e preconceitos” eu falei da minha resistência ás brincadeiras infantis (vocês precisam me ver lá dançando e cantando todas elas na escola... uma gracinha!), mas vejo o quanto ela é necessária para não perdermos ainda mais músicos para esse mundo de visão unilateral, afinal, se só existisse o mesmo método para todo mundo, o aprendizado seria interessante para uns e chatos para outros; essa versatilidade (na medida certa) é importante e muito saudável para o professor e, principalmente, para a nossa futura geração de músicos não vagar sem rumo pelo mundo, por não ter se encontrado na escola.

No final de todas as aulas o professor Davi me deu um feedback sobre o relato que publiquei na semana passada “Quem é da área de música entendeu o que você quis dizer mas acredito que os leigos, não. Essas publicações são importantes muito mais para a sociedade, para que ela saiba como ocorre a educação musical na escola e os resultados disso para os alunos”.Realmente, não teve como não pensar em fazer um relato na medida certa para você, leitor, seja você um estudante de música, de educação, das escolas estudadas ou até mesmo mais um dos milhares de internautas curiosos.

* L.E.M é a abreviatura de Literatura e Estruturação Musical; disciplina teórica ministrada lá na faculdade, por sinal, se você não gosta de matemática, pode- se dizer que ela é muito chata!

Primeiro Contato com os Alunos

Hoje, 19 de março de 2012, tive meu primeiro contato a turma de música que estarei realizando minhas observações na Escola Carmelitana do Menino Jesus. Nesta aula o professor Davi explicou a turma como seriam as aulas de música, e o que a turma iria aprender.
O professor iniciou a aula mostrando aos alunos as possibilidades de trabalhar com o som mesmo sem ter instrumentos. O professor começou a contar uma história, despertando assim a atenção da turma. Enquanto o professor contava a história, ele fazia link na história com os sons que as crianças poderiam reproduzir utilizando o próprio corpo como: som de automóvel, bater palmas, acordar, pegar ônibus.
Feito isso o professor realizou uma atividade de Integração. Onde o professor cantava uma música e os alunos tinham que falar o nome e o de todos os colegas. Esta atividade chama-se “Chamada melódica”. Dando continuidade à aula o professor realizou uma atividade com a música macha soldado. Esta atividade tem por objetivo desenvolver a coordenação motora, e também um importante elemento musical: pulso ou pulsação.
Neste primeiro dia de aula pude conhecer a turma, que estarei trabalhando junto com o professor Davi. Os alunos corresponderam bem às atividades.
Mesmo sendo minha primeira aula o professor Davi me deixou a vontade para participar das atividades junto com a turma.
Isso é muito importante para nós enquanto bolsistas do PIBID. Pois estamos dando os primeiros passos para nossa futura jornada.

terça-feira, 20 de março de 2012

Relato Santa Bárbara 20/03/12 - Primeira atividade com os alunos

Hoje tive minha primeira experiência interventiva no Santa Bárbara. Ao chegar encontrei meu colega Rodrigo Sá e nos dirigimos para a sala do Grupo 5. Maurício logo apareceu, porém nos informou que precisava ajeitar umas coisas na sala ao lado já que a escola se encontra em reforma. Isso não iria demorar muito, contudo, nesse meio tempo ele pediu para que entrássemos na sala e fossemos fazendo alguma atividade. Ele sugeriu que fizessemos uma roda e peguntássemos os nomes dos alunos. Fique meio apreensivo por conta da surpresa, porém topamos. Afastamos as mesas e as cadeiras, pois a sala é muito pequena e iria ficar difícil para fazermos uma roda. A turma tinha em torno de dez alunos. Após toda a arrumação, no pequeno espaço que apareceu no meio, fiz uma roda e sentei no chão com todos. Apresentei-me, porém achei necessário fazer algo mais lúdico para a apresentação dos nomes. Com isso, lembrei da brincadeira do (Me toco aqui), onde cada um diz o seu nome e toca em uma parte do corpo. Comecei e rapidamente eles entenderam. Passei a vez para uma criança que estava do meu lado direito, e mesmo com um pouco de timidez ela fez. Algumas crianças não conseguiram por conta da vergonha. Não forcei a barra, pedi para que os outros colegas ajudassem-a a se apresentar. Após essa atividade concluída, Rodrigo pegou o saxofone e começou a apresentar o instrumento para eles. Foi uma festa. Eles ficaram estasiados. Era uma surpresa muito grande. Rodrigo ia apresentando o instrumento e ao mesmo tempo fazendo perguntas sobre, que eram muitas vezes respondida. Algumas crianças sabiam que era de assoprar, uma disse que a cor era de ouro. Após montar o instrumento Rodrigo tocou um pouco, aguçando o desejo deles de tocarem também. Uma criança, não sei porque razão, se isolou. Deixei -a a vontade, e ela sentou-se na cadeira. Logo em seguida, o professor Maurício apareceu com aquela potência de voz que rapidamente chamou a atenção dos alunos. Ele fez uma atividade onde o objetivo era dizer palavras e separar as sílabas batendo nas mãos, exemplo: Mau-rí-cio, e aí batia duas vezes no chão e uma com as mãos levantadas. Isso para fixar o entendimento da quantidade de sílabas das palavras, construção de vocabulário, também ritmo. Depois, ele pediu para as crianças sugestão de nomes com três sílabas por exemplo. Com uma certa dificuldade elas começaram a opinar. Em seguida, ele cantou duas canções, uma para dizer o nome e outra a tão querida canção do Peixinho, que conta com uma coreografia já conhecida da turma. Eles se esbaldaram. Com isso a aula se encerrou. Seguimos para uma outra sala para conversarmos sobre o plano de trabalho de cada turma. Nele se encontra os conteúdos que cada turma vai trabalhar. Maurício pediu para pegarmos um daqueles conteúdos e pensarmos em uma atividade. Nos iremos discuti-las e pô-las em prática. Após uma breve conversa, ainda tivemos tempo para ajudá-lo a arrumar um material das salas que estão em reforma. Logo após fomos embora.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Aula no Carmelitana

Em virtude da paralização Nacional que ocorreu nos dias 14, 15 e 16 de Março. Onde os professores reividicaram melhores condições de trabalho não ouve aula na Escolca Carmelitada do Menino Jesus. Portando não pude realizar minhas observações.
É triste saber que até hoje nossos governantes não valorizam a EDUCAÇÃO no nosso país. Na Bahia este ano ja tivemos greve dos policiais militares. Se nossos policiais não tivessem se mobilizado, não teriam conseguido aumento de salário.
Nossos governantes precisam acordar..........

quinta-feira, 15 de março de 2012

Um movimento diferente



Ao chegar à escola percebi uma movimentação diferente da habitual. Tinha pessoas que não havia visto das outras vezes. Alguns alunos transitavam sem farda. Fui ao encontro do professor de música. Ele me disse que os bolsistas do PIBID estavam na sala do 2° ano na reunião dos pais. Quando adentrei a sala, duas professoras estavam falando com os pais sobre a importância de haver uma ação conjunta entre família e escola para que resultados favoráveis sejam conquistados. Depois que a reunião acabou partimos para a secretária.
Tivemos, a partir de então, uma conversa com o educador sobre a importância do PIBID para a escola e da própria música, especificamente falando. Conversamos ainda, a cerca do papel que temos como educadoras na escola; da grande desvalorização que existe em relação à nossa disciplina dentro da mesma e de que precisamos nos impor para alcançarmos o respeito da comunidade escolar.
Um pouco depois, a diretora se reuniu com algumas professoras da escola para falar de um projeto da prefeitura que disponibilizará diversos jogos para a escola. Cada professor associará esses jogos a atividades relacionadas às suas disciplinas. Fomos apresentados por Maurício às educadoras. Todas nos desejaram boas-vindas.
A visita de hoje foi muito interessante, pois presenciei o contanto dos pais com a escola e percebi que ao passo que se vai mudando de série, parece haver um desinteresse dos pais. As salas das séries iniciais estavam mais cheias. Além disso, presenciei uma reunião de professores e pude ouvir algumas de suas queixas contra a prefeitura e como se posicionaram em relação ao assunto abordado.

Reality Music

“Eu sou um soldadinho

Gosto muito de marchar

A minha cornetinha

Vou agora entoar

Tatararatatá

Eu agora vou marchar

Tatararatatá

Uma volta eu vou dar”

É uma pena que os soldadinhos da escola carmelitana só deram esta volta em torno de si mesma ao invés de darem em torno da sala para testarem seus “dotes marciais”; não perguntei a Davi o motivo, mas acredito que ele quis evitar a indisciplina.

Imagine que você, leitor, tenha sido selecionado agora para um Reality Show, para vencer, você deve ter um comportamento que gere aprovação do público que assiste ao programa e vota, bem como de todos os seus concorrentes que convivem com você dentro da casa. Qual seria seu comportamento para vencer?

Mas, Paola, O que Reality show tem a ver com educação musical? Estamos no blog do PIBID, não é?

TUDO! A educação musical não prepara você para os palcos, mas sim para a vida! Aliás, Machado de Assis, em seu livro Dom Casmurro, começa contando um mito de que o mundo, na verdade, foi uma peça de teatro escrita pelo Diabo para provar a Deus que conhecia seus ensinamentos e assim conseguir ser poupado da extinção. “Viver é uma arte” já dizia a nossa vovozinha!

Pela primeira vez vi o professor Davi fazendo algo diferente do que consertar a fiação, cozinhar, dar palestra para os alunos da carmelitana, cuidar da organização e programação da escola ou ouvir e cuidar de seus alunos. Presenciei sua aula de música! E nela confirmei a minha convicção de como a educação musical é um precioso manual da sobrevivência. Então aí vai a dica para você vencer os “shows da realidade”:

No começo da aula o professor já começa pedindo que a turma entre em fileiras, sente sem arrastar as cadeiras e com a coluna ereta com as pernas fechadas. Em um certo momento o professor percebe que uma aluna falava muito baixo e pediu que ela experimentasse sentar daquela forma; a fala dela melhorou consideravelmente.

-Para ser músico é preciso ter postura. Ensina.

-O bom músico sabe a hora de tocar e a hora de ficar em silêncio. Chamando a atenção por causa das conversas paralelas.

Entre as brincadeiras musicais tinha também uma para dizer musicalmente o nome. Ora, se você é capaz de adaptar a uma música encaixando as sílabas melodicamente, você também pode saber se adaptar a qualquer situação, é um segredo implícito que poucos percebem. Nesta mesma brincadeira ele também chama a atenção para dicas de português com sílaba tônica onde eles batiam a palma mais forte do que nas outras sílabas.

Eu sou Paola

-Bom dia, Paola. Que bom que está aqui, gosto muito de você!

Eu sou Fulano

-Bom dia, Fulano. Que bom que está aqui, gosto muito de você!

A estima e o respeito dos colegas, bem como saber ouvir o nome do colega para repetir. Mas outra qualidade implícita.

Bom... Mesmo que você não ganhe um milhão de reais, eu tenho certeza que esta nova geração de alunos de música, vai ter um milhão de oportunidades muito bem aproveitadas para termos uma sociedade cada vez mais justa e agradável. Termino da mesma forma que a professora Mara Menezes terminava nossas aulas de iniciação musical, nada mais ilustrativo:

“Com a música

Eu sinto emoção

Com a música

Palpita o coração

Música diz o que você quer

Você diz o que é

Por isso mexa dance com a gente

E algum dia...

E algum dia...

E algum dia...

DARÁ UM SHOW!!!”

terça-feira, 13 de março de 2012

Dia de reunião 13.03.2012

Hoje não teve aula na escola santa Bárbara em virtude da reunião com os pais dos alunos. Contudo, assistimos a reunião da turma do segundo ano a qual também tinha uma boa quantidade de pessoas presentes. No entanto, Circulando pela escola, percebe que a maioria das salas estavam bem vazias, poucos pais compareceram.

Professor Mauricio passou em todas as salas falando sobre o ensino de música na escola e esclarecendo duvidas sobre a disciplina. Após o termino da reunião com pais, reunimos com os professores à coordenadora e a diretora e foi falado sobre a implantação de atividades com jogos (menteinovadora) durante as aulas e do curso de capacitação de professores que ocorrerá na própria escola.

Acredito que a reunião com os pais é de grande importância para o bom desenvolvimento do aluno em sala de aula. Pois, o incentivo e acompanhamento da família com certeza será positivo na aprendizagem do aluno.O contato direto professor com os responsáveis deve ajudar no conhecimento do contexto de cada estudante e assim diagnosticar possíveis soluções para eventuais problemas enfrentado em sala de aula.