Atualizações ( 2013 )
Após consideráveis atrasos nas minhas postagens sigo com as atualizações:
Abril
15 / 04
Ao acabar o semestre da UFBA ficou
decidido que eu trocaria de escola com Lizandra, sendo assim a partir de então
eu passarei a acompanhar as atividades da escola São Domingos Sávio. No dia 15
de abril fui então me despedir das crianças da Irmã Sheilla e agradecer ao
professor Carmelito por tudo que me proporcionou durante minha estadia na
escola. Foi realmente uma experiência mágica para mim. Poder adentrar no
universo da educação infantil sob a maestria de Carmelito ampliou bastante meus
horizontes enquanto educador musical. O contato com sua metodologia, o
repertório trabalhado e o seu compromisso com as crianças foi realmente um
marco na minha formação. Obrigado Carmelito pela atenção, as orientações e pela
dedicação. Apesar de ter mudado de escola estou sempre a disposição para o que
precisar.
10 / 04
Este foi o meu primeiro dia na
escola São domingos acompanhando as aulas da professora Nara. Cheguei cedo
antes da escola abrir e fiquei do lado de fora me ambientando com os alunos.
Muitos já me conheciam devido a minha participação no musical que eles
apresentaram no ano passado. Todos me receberam muito calorosamente e me senti
realmente a vontade. Ao chegar a professora Nara deu continuidade em todas as
turmas ao projeto do bumba meu boi. Inicialmente fizemos uma atividade do
material do palavra cantada e passamos então para o boi. Adorei as aulas, Nara
com a sua paixão pela cultura popular consegue mesmo cativar a atenção das
crianças ao contar o enredo do boi trazendo uma cantiga a cada passagem da
história. O projeto do bumba meu boi foi um dos motivos que me levou à São
domingos neste semestre, pois já participei em alguns grupos culturais na saída
do boi enquanto brincante. Acho que poderei contribuir bastante para o projeto.
Com essa nova mudança de escola
parei para fazer uma reavaliação sobre o programa do PIBID. Como tive a
oportunidade de passar por quatro das cinco escolas filiadas ao programa posso
constatar que o PIBID hoje é indispensável para a formação de qualquer aluno do
curso de licenciatura. Cada escola que passei e cada supervisor que acompanhei
foi um universo ímpar. Hoje apesar de ainda engatinhar na poderosa arte da
educação musical, sinto-me, de certa forma, mais seguro para atuar em
diferentes contextos socioculturais. Na verdade ao reingressar no curso de
Licenciatura, após dez anos de ter o abandonado devido suscetíveis decepções
perante minhas expectativas referentes
ao curso, enxerguei no PIBID logo de cara os indícios de que algo havia mudado.
É óbvio que mudei também, mas a possibilidade de estar no ambiente acadêmico de
novo, porém desta vez percebendo movimentos de valorização e reconhecimento da
cultura popular enquanto referencial pedagógico me despertou um novo interesse
pelo curso. Hoje após minhas andanças pibidianas tenho muito mais claro o
perfil de educador que sou e que busco tornar-me.
17 / 04
Nesse dia recebi um e-mail da
professora Nara avisando que não poderia comparecer para as aulas e que se nós
bolsistas quiséssemos poderíamos assumir
as turmas. Então tive uma experiência maravilhosa. Acabou que os outros
bolsistas não puderam comparecer e tive que assumir todas as turmas sozinho.
Resolvi então botar o meu plano de trabalho em ação, nele consta enquanto ação
pedagógica atividades pautadas na capoeira angola e no samba de roda enquanto
elementos de formação artística para a preparação das crianças para o musical.
A primeira turma da manhã era o desafio principal, já vinha observando o 5˚ ano
e percebendo o quanto a turma se mostrava arredia e chegada aos conflitos. A
capoeira então se encaixava como uma luva para que eu conseguisse cativar a
turma e conseguisse ministrar uma boa aula. Trabalhamos primeiro com a
percepção do som do berimbau através da ginga, fizemos algumas movimentações
básicas e ao final fizemos uma roda onde joguei com todos que quiseram jogar.
Após essa aula consegui estabelecer um forte vínculo com a turma. Depois de ter
enfrentado essa turma fiquei bem confiante para encarar as outras. Além da
capoeira trabalhamos com o samba de roda. Ensinei uma cantiga oriunda do samba
rural da Mantiba, comunidade situada em Feira de Santana, com a temática do boi
e todos gostaram e participaram bastante.
“Ariri
vaqueiro
ariri vaqueiro
pegaram meu boi
laçaram meu boi
amarraram meu boi
ai ai ai esse boi é pra dar
ai ai ai esse boi é pra dar.”
24 / 04
Nesse dia não houve aula devido a greve
nacional.
Maio
08 / 05
Nesse dia recebemos o bolsista
Joabe que já acompanhava a turma do Eja e passou para o turno da manhã após o
nosso insensível prefeito retirar a disciplina música para o Eja. Continuamos
trabalhando com a história do boi e algumas canções novas. Ao final da aula a
professora Nara nos solicitou que fizéssemos uma intervenção. Então
apresentamos alguns instrumentos para as turmas que mais tarde seriam
utilizados no musical do boi.
15 / 05
Esse dia foi bastante proveitoso.
A professora Nara precisou chegar mais tarde e então assumimos a primeira
turma. Aproveitamos para trabalhar alguns ritmos que seriam utilizados no
musical e começar a observar quais alunos estavam mais aptos a comporem a banda
responsável pela parte instrumental do musical. Vivenciamos o xote e o baião
inicialmente através da percussão corporal separando a turma em três grupos sob
a supervisão dos bolsistas presentes, depois cada grupo apresentou o resultado
obtido. Quando a Professora Nara chegou continuamos trabalhando com as
atividades para o musical e passamos a acompanhar as canções tocando ao vivo e
fazendo a sonoplastia da empolgante história do boi-bumbá.
22 / 05
Nesse dia ocorreu um fato
interessante e muito gratificante. trouxe mais um samba para ser incorporado ao
musical falando desta vez sobre um vaqueiro malvado, já que nesse dia a
professora Nara passou a narrar uma parte da história em que falava sobre o
vaqueiro que cortava a língua do boi. Foi
então que uma das professoras da escola nos entregou a turma alertando-nos para
dois alunos que segundo ela eram impossíveis e que a qualquer deslize dos dois
poderíamos manda-los de volta para a sala. A surpresa nos veio quando ao
trabalharmos a cantiga do vaqueiro malvado chamei atenção dos alunos para a
necessidade de se cantar com sentimento, de forma a traduzir o enredo da
história trazida na letra. Foi então que exatamente um desses meninos que
chegaram sob aviso soltou a voz e cantou o lamento do vaqueiro impressionando a
todos. Nomeamos imediatamente ele para o cargo de cantor dessa oficial dessa
cantiga e ele se sentindo valorizado, talvez pela primeira vez perante os
colegas, ainda revelou sua aptidão para a percussão tocando o samba no
atabaque. A auto estima desses jovens só precisa mesmo de incentivo e
valorização para se erguer vivamente.
“ Que vaqueiro era aquele
que entrou no meu roçado
botou fogo na fazenda
queimou o capim do gado
a fazenda não era minha
era um pasto alugado
ê que vaqueiro marvado
ê que vaqueiro marvado.”
29 / 05
No dia 29 não houve aula e a
professora Nara liberou os bolsistas.
Junho
05 / 06
Nesse dia a professora nos havia
solicitado que nos planejássemos para assumir as turmas. O bolsista Diego levou
o trombone para apresentar para as crianças e eu levei dois berimbaus de boca
com timbres diferentes e após tocar os dois pedi para a turma identificar qual
o mais grave e qual o mais agudo. Depois conduzimos atividades práticas com
instrumentos. Tocamos baião e xote e alcançamos resultados surpreendentes com
as crianças tocando acompanhados pelo trombone de Diego. Ao chegar a Professora
Nara se surpreendeu e propôs que saíssemos tocando pela escola no dia da festa
junina com uma charanga enquanto uma prévia do musical. Essa foi uma dessas
aulas em que firmamos a certeza do prazer em sermos educadores musicais, foi um
dia maravilhoso.
12 /06
Hoje foi a festa junina em que
além da participação de toda a comunidade escolar e dos bolsistas da escola
contamos com a participação das pibidianas Regiane e Lizandra. A festa foi
muito boa com direito a brincadeiras típicas, casamento na roça, concurso de
caipiras, forró animado pela banda do pibid, comidas típicas a vontade e ao
final a esperada apresentação dos alunos tocando e cantando as musicas
ensaiadas na aula passada. Foi um momento muito gratificante para todas as
crianças que estavam muito ansiosas por este momento. Enfim finalizamos o
semestre na São Domingos com chave de ouro. Obrigado Nara por estar tendo a
oportunidade de acompanhar um trabalho tão vigorante completamente pautado na
nossa amada cultura popular.
Sapoti.
Bolsa para médico trabalhar no SUS antes de obter o diploma: R$ 10.000,00
ResponderExcluirBolsa para voce preparar oficinas e unidade didática afim de melhorar a educação nesse país fudido: R$ 400,00
Depois falam que a educação é prioridade.
A Corda povinho!
http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/07/medicos-conhecerao-paciente-como-um-todo-e-nao-pedacos-diz-padilha.html