terça-feira, 29 de novembro de 2011

Muitas sementes, poucos semeadores. Reabrindo os portões da escola!


Hoje foi um dia bastante agitado na Carmelitana.
As crianças ainda não se adaptaram aos novos costumes. Como ficar sempre dentro da sala, levar garrafas para beber água dentro da sala, ficar sem o intervalo no pátio, merendar dentro da sala, usar o banheiro dos professores que fica em outro local diferente do deles, enfim, muitos cuidados e medidas profiláticas geraram todas essas mudanças bruscas na dinâmica da escola.

A professora do 4° ano faltou então a turma ficou para mim e David, como a sala de música ainda está lotada de material, ficamos ali mesmo na sala deles.

Hoje seria o dia em que iriamos arrumar a sala e organizar algumas coisas e não daríamos aula de música, foi o que havíamos planejado na sexta-feira, mas com esse imprevisto acabamos pegando a turma.
Como David sempre comenta, precisamos estar preparados para tudo, em uma escola onde você se envolve em tudo e com todos. 
Desde quando comecei a trabalhar com o pessoal da Carmelitana compreendi que somos soldados prontos para a batalha e a nossa arma sempre é o saber e a nossa égide o prazer em lecionar.

Então começamos com a turma aplicando uma atividade de compreensão de texto e gramática, como sempre ressalto, é perceptível que algumas crianças ainda têm muitas dificuldades com leitura, nessa turma são poucas, mas fomos lendo juntos e devagar para tentar homogeneizar o curso da atividade, incluir os que tinham dificuldades e fazer com que todos compreendessem bem a atividade. Fui aos poucos de carteira em carteira ajudando as crianças nas suas dúvidas individuais, não houve problemas graves com a execução da atividade, apenas algumas confusões com plural e singular e alguns problemas de ortografia, onde pude aos poucos ir mostrando um meio e maneiras mais “corretas” de se escrever.
Em seguida aplicamos uma atividade de matemática, logo no inicio os educandos reclamaram por não saber identificar as horas em um relógio de ponteiro, já que a primeira questão era baseada em uma figura que mostrava um relógio marcando 11h35min. Peguei um piloto, fui ao quadro e paulatinamente fui mostrando como funciona o relógio, como identificar as horas a partir do ponteiro menor e com mais calma ainda como identificar os minutos com o ponteiro maior, pareceram entender. Foi quando Tiago e Rodrigo (trompete) chegaram, David havia ido resolver alguns problemas e então Tiago Levou Rodrigo para conhecer a escola, as turmas, as crianças, as professoras, as funcionarias e os funcionários. 

O 5° ano estava pegando fogo, pois as crianças estavam explodindo dentro da sala, a professora Paula já não aguentava mais, mas como sempre ela contornou a situação com maestria, deixei David na sala do 4° ano com a atividade de matemática e fui ajudar Paula no 5° ano, logo Rodrigo se chegou e eu o apresentei para a turma. Nesse meio tempo o pessoal da defesa civil chegou para fazer alguns cadastramentos do pessoal que ainda está abrigado na escola, sai da sala por um instante, deixando Paula e Rodrigo no 5°ano e Tiago e David no 4°, para perguntar como as coisas estavam caminhando a respeito dos abrigados, eles me explicaram que estavam ali para uma possibilidade de encaminhar para alguma outra casa as famílias que ali estavam e me garantiram que em uma semana tudo estará resolvido, coisa que só acredito vendo.
Professora Leticia me perguntou sobre a situação, expliquei o que eles me disseram, mas mesmo assim todos ainda estão desconfiados e esperando para ver acontecer.

Voltando para a sala, tendo em vista que Paula já havia tomado total controle sobre a turma, voltei com Rodrigo para o 4° ano, para corrigir a tal atividade de matemática, comecei a corrigir, mas desta vez contei com a grande ajuda de Tiago e Rodrigo que já chegou para trabalhar e então tudo foi mais fácil. Dando o horário, que agora é mais cedo, liberamos as turmas e então ficamos conversando até a hora de irmos embora. Todos nós fomos juntos e felizes para o ponto, onde o ônibus demorou quase uma hora inteira para chegar.     

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