domingo, 30 de outubro de 2011

Comentários ao post de Tiago e Maurício sobre a conversa com a profa. Letícia e dona Raimunda

Gente, que relato maravilhoso!
Resolvi escrever aqui porque o espaço destinado aos comentários ia ficar pequeno ...

Fiquei muito feliz que vcs tiveram este encontro tanto com a profa. Letícia como com a dona Raimunda!
Quantas informações valiosas e quanta humanidade que transpira pelas suas palavras!
Precisamos humanizar a escola e para humanizar a escola precisamos ter relações sinceras com os moradores da área ... percorrer as ruas dando bom dia para Dona Raimunda, para seu Antenor, seu Zé, dona Maria ...
E eles darem o bom dia, sabendo o nome de vcs, da gente.

E mesmo sabendo que esta conquista é uma construção ao longo do tempo, pois a confiança da comunidade obviamente não é imediata ... o resultado é quase matemático: uma vez que a escola se abre com sinceridade e honestidade, a comunidade abraça ...
E acho que a comunidade abraça quando sente que o sentimento é verdadeiro, que a relação que se pretende construir é horizontal, de parceria, não movida a interesses pontuais.

Enfim, é preciso que esta experiência contagie outras escolas.

E nós educadores não podemos pensar de entrar e sair dos muros das escolas ignorando o que acontece no entorno, sem conhecer quem mora lá. Como podemos dialogar de verdade com as crianças se de fato a gente nem quer saber nada da vida delas? Saber da vida delas implica em muitos casos conhecer, se envolver com um monte de problemas ... esquecendo também as coisas boas que acontecem na vida, que poderiam ser celebradas juntos.

Fico feliz me em ler este relato, porque confirma meu ideal de educador/a inserido/a no contexto no qual trabalha. Ele/a pode não morar na comunidade, não dormir lá, mas se sentir em casa quando estiver circulando pelas suas ruas.

Minha grande questão é ... será que é tão um caso quando eu trato o outro como marginal e o outro, de reflexo, se comporta como marginal? Será que todo mundo é marginal mesmo? Eu não quero acreditar nisso. Não quero mesmo!
Não será que tendo uma atitude positiva, confiante em relação ao outro, o outro se sentindo respeitado se comportaria de outra maneira?
As palavras de dona Raimunda deixam bem claro este aspecto.

Enfim ... sei que não posso simplificar, sei que a realidade é complicada mesmo, mas acho que muitas vezes as respostas que recebemos em termos de comportamento são reflexos e dependem MUITO de nossas atitudes. Então, como sempre, tudo começa por nós mesmos, nossas atitudes, nossa maneira de ser. Vamos aprendendo e vamos nos tornando pessoas melhores.

Espero que alguém continue comentando ...

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