quarta-feira, 20 de junho de 2012

Como uma formiguinha...




Mais uma vez estava eu nesta segunda feira auxiliando na preparação do desfile da escola carmelitana para o dia dois de julho. Desta vez, cheguei cedo e enquanto se planejava os próximos passos, também já fazíamos uma “vaquinha” para comprar o almoço. Em seguida eu e Laércio, um estagiário da escola também em música, ficamos praticamente a tarde toda amarrando montinhos de palha em alguns metros de corda que serão usados para confeccionar as saias dos indígenas que irão desfilar. O leitor pode achar que isso foi o mínimo, mas vale lembrar que esse é um trabalho repetitivo e requer que usemos muito o bom senso para distribuir bem os montinhos de palha e até para sermos econômicos.
Por outro lado também a escola estava se preparando para o forró que aconteceu no dia seguinte; e lá estava eu novamente. Como não tinha participado dos ensaios para tocar, pedi gentilmente à Isis que me cedesse o seu triângulo (Ela foi pra lá com o kit completo, só faltou a sanfona que foi muito bem substituída pelo baixo – José, voluntário e pelo violão - Tiago) O engraçado é que eu pensei que tocar triângulo era uma tarefa muito simples mas na verdade, assim como qualquer outro instrumento, ele requer muita prática, e em alguns ritmos, como o galope dançado pelas quadrilhas de São João, por exemplo, eu não consegui dar conta na hora de tocar; aliás, era muito engraçado lembrar do momento em que Tiago me olhava no meio da música querendo dizer: “Ta fora, ta fora!”.
Assim como tocar o triângulo parece ser algo fácil, mas que também dá trabalho e, além disso, a contribuição deste pequeno instrumento é, sim, decisiva para completar uma banda de forró, acredito que todos nós trabalhamos como pequenas formiguinhas que de grão em grão constroem seus “palacetes”, repetitiva, paciente e persistentemente ainda que demore muito tempo. E é de grão em grão, peça por peça, que todos nós, em pequenas doses homeopáticas, vamos construir os valores de todos aqueles que assistirem ao desfile dos alunos da escola carmelitana, é o futuro reencarnando o passado para tecer as próximas páginas da nossa História. Como diria Joaquim Osório Duque Estrada: “E diga o verde louro desta flâmula: Paz no futuro e glória no passado”.
Mas eu não vou encerrar esse relato com aquele velho cunho nacionalista, não. Desta vez, vou lembrar é da bela apresentação da quadrilha “Asa branca” (Na qual Isis e o professor de dança da escola também fazem parte) Eles dançaram galope, xaxado, forró... E foram aplaudidos calorosamente pelas crianças que não fizeram nem cerimônia: “De novo, De novo, De novo!” Quando fui parabenizar um dos integrantes, ele me disse:
-isso não foi nem a metade do que nós ensaiamos
-e você está assim suado desse jeito, imagine se dançasse tudo?
Assim, mesmo que não doemos tudo que o nosso potencial nos permite, se todos nós unirmos o que temos com o objetivo de conscientizar a massa e os estudantes da escola, tenho certeza de que, como boas formiguinhas, iremos construir a sociedade almejada por todos nós.

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