Mais uma vez estava eu nesta
segunda feira auxiliando na preparação do desfile da escola carmelitana para o
dia dois de julho. Desta vez, cheguei cedo e enquanto se planejava os próximos
passos, também já fazíamos uma “vaquinha” para comprar o almoço. Em seguida eu
e Laércio, um estagiário da escola também em música, ficamos praticamente a
tarde toda amarrando montinhos de palha em alguns metros de corda que serão
usados para confeccionar as saias dos indígenas que irão desfilar. O leitor
pode achar que isso foi o mínimo, mas vale lembrar que esse é um trabalho
repetitivo e requer que usemos muito o bom senso para distribuir bem os montinhos
de palha e até para sermos econômicos.
Por outro lado também a escola
estava se preparando para o forró que aconteceu no dia seguinte; e lá estava eu
novamente. Como não tinha participado dos ensaios para tocar, pedi gentilmente
à Isis que me cedesse o seu triângulo (Ela foi pra lá com o kit completo, só
faltou a sanfona que foi muito bem substituída pelo baixo – José, voluntário e
pelo violão - Tiago) O engraçado é que eu pensei que tocar triângulo era uma
tarefa muito simples mas na verdade, assim como qualquer outro instrumento, ele
requer muita prática, e em alguns ritmos, como o galope dançado pelas
quadrilhas de São João, por exemplo, eu não consegui dar conta na hora de
tocar; aliás, era muito engraçado lembrar do momento em que Tiago me olhava no
meio da música querendo dizer: “Ta fora, ta fora!”.
Assim como tocar o triângulo
parece ser algo fácil, mas que também dá trabalho e, além disso, a contribuição
deste pequeno instrumento é, sim, decisiva para completar uma banda de forró,
acredito que todos nós trabalhamos como pequenas formiguinhas que de grão em
grão constroem seus “palacetes”, repetitiva, paciente e persistentemente ainda
que demore muito tempo. E é de grão em grão, peça por peça, que todos nós, em
pequenas doses homeopáticas, vamos construir os valores de todos aqueles que
assistirem ao desfile dos alunos da escola carmelitana, é o futuro reencarnando
o passado para tecer as próximas páginas da nossa História. Como diria Joaquim
Osório Duque Estrada: “E diga o verde louro desta flâmula: Paz no futuro e
glória no passado”.
Mas eu não vou encerrar esse
relato com aquele velho cunho nacionalista, não. Desta vez, vou lembrar é da
bela apresentação da quadrilha “Asa branca” (Na qual Isis e o professor de
dança da escola também fazem parte) Eles dançaram galope, xaxado, forró... E
foram aplaudidos calorosamente pelas crianças que não fizeram nem cerimônia:
“De novo, De novo, De novo!” Quando fui parabenizar um dos integrantes, ele me
disse:
-isso não foi nem a metade do que
nós ensaiamos
-e você está assim suado desse
jeito, imagine se dançasse tudo?
Assim, mesmo que não doemos tudo
que o nosso potencial nos permite, se todos nós unirmos o que temos com o
objetivo de conscientizar a massa e os estudantes da escola, tenho certeza de
que, como boas formiguinhas, iremos construir a sociedade almejada por todos
nós.
Tá fora, tá fora, tá fora....rsrs
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