Cheguei à escola Santa Bárbara pouco mais de oito e meia da manhã e Maurício ainda não havia chegado. Em seguida chegaram Jean, Géssica e Ricardo, conforme o planejado, e Maurício.
A aula do grupo 5 teve seu início com a atividade “A hora do ouvido”. Nessa atividade, Maurício utilizou o aparelho de cd e colocou algumas músicas para os alunos escutarem e dizerem o que percebiam (instrumentos, reconhecimento de alguma música) assim como suas sensações ao escutá-las. Foi bastante interessante essa atividade, pois alguns alunos demonstraram opiniões bem diversificadas no tocante às sensações transmitidas pela música: para alguns uma determinada música apresentava um caráter “triste”, contrapondo a outra opinião, definindo-a como algo “bom”, na verdade querendo se referir a “alegre”. Pouco tempo após terminar essa atividade, quando ainda estávamos sentados na roda, um dos alunos percebeu que havia alguém que eles não conheciam (Jean) e chamou a atenção de Maurício para este fato. Logo Maurício “puxou” no violão a música de apresentação que é bem familiar da turma: “O meu nome é... e o seu como é que é”, onde todos se apresentaram inclusive Jean.
Nosso encontro na escola nessa quinta-feira tinha um propósito diferente das outras visitas, pois tínhamos planejado realizar uma atividade com o grupo cinco. Bem, a princípio iríamos desenvolver uma atividade a partir do “gancho” com uma das propostas que Maurício já desenvolve com a turma através da cantiga a “Fazendinha do Mestre Zé”, onde os alunos fazem as imitações dos animais da “fazendinha”. Pretendíamos trabalhar a contação de história, iniciando a mesma, como forma de estimular os alunos a desenvolverem a continuidade dela e fazer a ligação com o assunto paisagem sonora através da imitação dos sons dos animais e dos elementos sonoros que compõe a paisagem da fazenda. Levamos ilustrações de alguns animais (cachorro, gato, papagaio, sapo, galinha, vaca) para estimular a participação dos alunos e também facilitar o desenvolvimento da atividade. Mas, por questões de tempo não foi possível fazer a aula conforme idealizamos, então, desenvolvemos a atividade dentro das possibilidades do momento, ou seja, enquanto Maurício tocava a música da “fazendinha” com os alunos nós fazíamos algumas interrupções indicando com as ilustrações os animais a serem imitados e alguns sons relacionados com estes. Apesar de não termos desenvolvido essa atividade como havíamos planejado, essa experiência serviu para nos mostrar que devemos sempre estar preparados para os imprevistos que ocorrem na sala de aula. O mais importante de tudo isso, foi perceber que a atividade agradou aos alunos e que estes ficaram bastante envolvidos durante o desenvolvimento e após, enquanto pintavam as ilustrações, dando certo trabalho para recolhê- las.
Tendo finalizado a nossa participação no grupo cinco, partimos para a turma do terceiro ano.
Maurício já estava em sala de aula desenvolvendo uma atividade com essa turma dividida em dois círculos. No primeiro utilizava-se um copo que era passado de mão em mão na seqüência da roda, sendo enfatizada a batida do copo no chão ao ser passado. No segundo, utilizava-se clavas. O grupo das clavas “comandava” o andamento e “ritmo” do grupo que utilizava o copo. Essa turma estava muito dispersa, então, Maurício nos convidou a fazer parte de um dos grupos, ficando eu e o Ricardo no grupo das clavas, Géssica e Jean no grupo do copo. Após essa atividade Maurício tocou a música “O que é que está escrito na capa do gibi”, mas não conseguiu ir adiante, pois os alunos estavam bastante agitados. Então mudou a estratégia e executou uma música mais lenta. Infelizmente não foi bem sucedido na sua tentativa, os alunos não demonstraram interesse algum pela música.
Partimos para a turma do terceiro ano B. Parecia um pouco mais tranqüila do que a outra. Nessa turma, Maurício relembrou a festa junina e perguntou aos alunos quais foram as músicas que eles aprenderam durante a festa. Alguns citaram a música “Libere o Tonho que eu te dou dez conto” e a “A fogueira está queimando”. Em seguida, os alunos falaram os nomes de algumas músicas que foram aprendidas durante as aulas e cantaram a música “O que é que está escrito na capa do gibi”. Maurício sugeriu outra atividade. Desenhou no quadro uma seqüência de quadrados dividida em dois grupos: azul e vermelho, dividindo a turma de acordo com os grupos de quadrados. Sendo que, um quadrado vermelho com um x dentro correspondia ao som do “estalo de língua” e sem o x (vazio) silêncio. Então, apontava no quadro para os dois grupos de seqüência ao mesmo tempo, para que os dois grupos de alunos correspondentes a eles reproduzissem os sons sugeridos, acrescentando mais a frente o “triangulo”, representando bater na palma da mão com dois dedos.
Bem, as turmas do terceiro ano demonstraram pouco interesse por algumas atividades. Às vezes parecia haver uma falta de identificação com o que estava sendo desenvolvido, principalmente com relação a repertório, gerando uma desmotivacão por parte da maioria dos alunos, exceto com a música da “Preguiça”, que pelo que pude perceber agrada a todos.
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