Logo ao chegar à escola fui logo informado pela professora Cristiane e a pró Letícia que devido a paralisação dos servidores públicos estaduais, muitas professoras não tinham ido à escola. Por causa disso algumas turmas tinham sido liberadas - incluindo as turmas do 2º e 3º ano - ficando somente as turmas dos professores que eram servidores municipais. Desta forma, fomos incubidos a ficar com o 1º ano, eu e Davi. Ao mesmo tempo em que David se revezava entre direção e coordenação do Mais Educação, conseguiu supervisionar a minha aula com o 1º ano.
Fui pego de surpresa, pois tinha preparado a aula para o 2º e 3º ano, e não poderia adaptá-la para o 1º ano, devido a complexidade do que tinha proposto, mas como não sou de fugir de desafios, topei ficar com a turma e utilizar as cartas na manga que todo professor tem.
Pois bem, como não conhecia afinco a turma, me apresentei e perguntei se algum deles já me conheciam. Para minha surpresa muitos já sabiam até meu nome. Enfim, trouxe eles para o tatame e após uma famosa brincadeira de integração - Abre a Roda Tindolêlê - fiz uma atividade de auto-apresentação chamada atenção- concentração, onde após o verso:
Atenção, concentração, vai começar a brincadeira
Os nomes vamos falar...
cada um diz o seu nome. Usei outras classes de palavras com essa atividade para trabalhar vocabulário com eles e também perceber um pouco o nível de alfabetização que se encontram. Tive supresas como "Cráudia", onde não me contive e com carinho corrigi. Mas no geral eles têm um bom vocabulário, só precisam ser um pouco mais estimulados. Após essa atividade, David pegou uma bola e colocou no computador uma canção do livro de Nilsa Zimermman que fala que a bola vai passando, vai pulando e etc. Após todos ouvirem a música e aprederem a letra a bola foi passando de um a um no pulso. Deu um certo trabalho para que eles conseguissem passar a bola no pulso mas após uma certa insistência eles conseguiram. Aproveitei a bola e fiz mais uma atividade de auto-apresentação, só que agora um pouco mais musical. Usei a canção "Passe a Bola" de Vânia Ranucci:
Passe, passe, passe a bola
Passe a bola, sem parar,
Se você ficar com a bola,
O seu nome vai cantar.
E aí, a bola vai passando e ao final quem estiver com a bola tem que cantar o nome. Foi muito divertida essa atividade. No início ficaram um pouco tímidos, mas aos poucos foram se soltando. Depois de todos terem feitos seus exemplos, eu fiz um exemplo com o nome da cada um e pedi que todos repetissem ao final de cada exemplo. Daí, explorei bem as alturas, variações melódicas, ritmos. Eles imitaram muito bem. Em seguida, fiz uma atividade mais livre com eles onde cantei uma canção cujo não lembro o nome mas que diz assim:
"Venha ver, como é bom
Você e eu aqui
Venha ver como é bom
Agente se conhecer
Muita canção pra se cantar
A gente vai se alegrar
Quando se vive a sorrir
A gente é bem mais feliz"
e aos comandos eles vão fazendo o que o professor pede. Exemplo, andar pela sala no pulso da canção, cantar baixinho, cantar alto, pular, dançar. Nessa hora me desapontei um pouco, pois, eles começaram a ficar muito eufóricos e um a se bater no outro. Quando vi, tinha umas duas crianças se pegando. Parei tudo, adverti-los e acabei tirando-os da brincadeira. Nessa hora já estávamos muito cansados, quase que exaustos, foi quando me veio a idéia de fazer um relaxamento-reflexivo, aproveitando até o ensejo da briga entre os dois alunos. Pedi a Davi que colocasse uma canção suave, serena e aí pedi a todos que deitassem, bem relaxados, fechassem os olhos e ficassem bem a vontade. Todos fizeram isso, nesse momento desliguei as luzes e comecei a narrar uma história, sugerindo que eles visualizassem o que eu estava dizendo. Fiz uma viagem desde o espaço até para dentro de cada um. Senti que alguns até cochilaram. Depois de uns 10 minutos assim, fui pedindo que cada um levantasse devagar, aos poucos sem pressa. Eles levantaram, e após ligar as luzes, em roda, perguntei o que cada um tinha sentido e tinha visualizado. Alguns visualizaram uma praia, outros viram uma estrela, mas a maioria disseram que viram Deus, foi uma boa oportunidade para trabalharmos espiritualidade com eles. Eles, sem a minha intervenção, começaram a discutir sobre Deus e muitos pontos polêmicos foram levantados. Como mediador da aula fui orientando-os, mas em nenhum momento impondo nada, apenas trazendo uma reflexão mais apurada do que estavam trazendo para a aula.
Após isso, todos foram para o recreio. Inventei de ficar com o pessoal no totó, foi uma farra. Ao final do intervalo fomos para a sala de vídeo e assistimos um filme até a hora de irem para casa.
Antes de sair do Carmelitana, convesei com David e Ângela sobre os relatórios. Após isso debatido fui para casa.
Curiosidade ...quais os aspectos que as crianças estavam apontando na discussão sobre Deus?
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ResponderExcluirNão lembro agora na íntegra. Mas lembro que uma criança relatou alguma coisa, aí uma outra começou a dizer que Deus castigava. Depois teve uma outra que disse que a Barbie era do diabo e aí tive que intervir e desmistificar um pouco. Elas, naquele dia, tavam que tavam puxando esse assunto. Não sei se foi a atividade. Pode ter sido. Serviu de motivador para as crianças discutirem esse tipo de assunto.
ResponderExcluirLegal essa onda do relaxamento, o que os indivíduos da sociedade moderna mais precisam são momentos como esse de relaxamento e interioridade!!!!!
ResponderExcluirBoa carta, essa que você tirou da manga...