domingo, 19 de setembro de 2010

Relato Olga, agosto e setembro de 2010


Olga, sexta dia 17/09

Não pude ir à escola por que tive uma apresentação com o Grupo Samba das Moças.


Olga, sexta dia 10/09


Cheguei à escola e já estava acontecendo o ensaio do Olgart no pátio, à espera de vagar uma sala. A professora Rita estava fazendo a marcação das coreografias. Os alunos que tocam, ficaram assistindo e aproveitamos para conversar um pouco sobre percussão. Um deles me disse que tinha um timbau e me perguntou se eu queria que ele fosse em casa buscar. É perceptível o entusiasmo pela música. Depois fomos para a sala levar os instrumentos e retirar as carteiras. Ráiden chegou com a notícia que um dos integrantes do Olgart, havia sido suspenso e levado para o conselho tutelar por mau comportamento. Ráiden ficou bastante apreensivo, pois ficou sabendo que o histórico do aluno era bastante complicado, era criado pela tia, e a única coisa que ele gostava na escola era o Orgart. Ele contou para os outros alunos e falou para eles que este caso servisse como exemplo. Depois começou o ensaio geral da peça Áfricas, que por sinal está ficando muito bom. Eles abordam a história a África do Sul, encenando alunos na sala de aula, fazem coreografias e tocam percussão. A peça não está totalmente pronta. No final, foi reservado 15 min para André fazer um trabalho vocal. Ele separou a turma em três grupos de 20 pessoas, e ensinou primeiro o ritmo da melodia, fazendo percussão corporal, depois ensinou a letra e por último pediu para os grupos cantarem em cânone. Ele teve um pouco dificuldade em realizar a aula, por que os alunos falavam muito, e então ele resolveu conversar com os alunos a respeito da indisciplina. A reflexão que eu fiz deste dia, é que Ráiden e Rita são corajosos em juntar tantos alunos para realizar este trabalho, são dois elencos de 60 crianças e adolescentes. É muito difícil conduzir a aula.


Olga, sexta dia 03/09


Neste dia eu havia preparado uma aula de 15 min, sobre ritmos brasileiros. Eu estava nervosa (ainda sinto isso antes de dar aula). Raiden chegou e falei para ele como seria. Ele sugeriu que eu fizesse primeiro a vivência para depois conversar sobre. Ele acha melhor primeiro sentir no corpo para depois racionalizar o que fez. Eu sugeri o contrário, que eu ia primeiro contextualizar o que estávamos fazendo, e depois iríamos fazer. Ráiden disse tudo bem, para eu ficar à vontade. Escolhi nesta primeira aula o Samba de Roda, por ser mais familiar para os alunos baianos. Perguntei se eles sabiam de qual estado brasileiro vinha o samba de roda, alguns arriscavam e falavam vários estados até um gritar Bahia; se era de influências indígenas, européias ou africanas, aí todos acertaram; fizemos as células rítmicas no corpo e na voz, todos fizeram sem dificuldades; aprendemos duas canções:

"Quem entrou na roda, foi uma boneca..."

"Quem samba fica, quem não samba vai embora..."

Todos já conheciam as letras, e por fim, fizemos a roda. No final Ráiden sugeriu que eu pensasse se eu alcancei o objetivo que eu queria, e quais tópicos dos marcos de música na escola eu estava realizando. Com esta aula quis trazer a vivência daquela manifestação popular, e com isso aprender o contexto histórico, as células rítmicas dos instrumentos, saber os instrumentos utilizados, e aprender alguns conceitos musicais. Em 15 min é difícil aplicar um conteúdo e ter a certeza de que foi assimilado, mas acredito que a continuidade dessas aulas pode trazer a percepção sobre os mais variados ritmos brasileiros.



Olga, sexta dia 27/08


Hoje foi o dia de ensaio da apresentação do Olgart, que aconteceria à noite, na escola. Como de costume, esperamos a sala vagar, tiramos as carteiras e levamos os instrumentos. Primeiro reuniu o pessoal da banda, para depois juntar com os dançarinos. Eles ensaiaram a música Camaleá, que tinha um ritmo quaternário, com várias convenções e mudanças de acentos e, a Música do Pátio, que tinha samba-funk e samba. Ráiden colocou um áudio para eles acompanharem a música Camaleá, e fez os arranjos junto com os alunos. Eu e André estávamos mais assistindo e depois demos algumas sugestões. Percebi que os alunos são extremamente musicais, pois não era muito fácil o que eles estavam executando. Tinha um aluno que não prestava muito a atenção, era meio rebelde. Ráiden chamava a atenção dele várias vezes. Percebi que chamar a atenção de alunos é rotineiro. Os instrumentos usados eram baldes, tamborzinho, caxixi, pandeirola, e pandeiro. Com certeza falta mais opções de timbres, mas eles estão utilizando o que tem. Acho que trabalhar sistematicamente leitura rítmica, rudimentos e alguns conceitos musicais, como compasso, altura, timbre, e outros, são essenciais para poder construir arranjos interessantes, num grupo onde só se trabalha a percussão.


Olga, dia 20/08 e dia 13/08


Não houve aula.

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