Chego no ”Teatro Solar Boa Vista” onde o grupo Olgart estava ensaiando, eram os últimos ajustes para a primeira apresentação do segundo dia dessa temporada. Raiden com a banda e Rita com o teatro e a dança. Eu não tinha visto Rita ainda, mas no escuro ouvia sua voz, depois eu cai na real que, Rita era uma mulher que estava caracterizada de velhinha... Enquanto isso, eu procurava uma tomada para recarregar a máquina.
Na porta do camarim, presencio a chegada do professor Luciano, foi uma alegria intensa por todos. Dessa vez ele não fez parte do musical, pelo menos diretamente.
Toca o primeiro sinal, aos poucos as pessoas entram, é visível nos olhos das pessoas, que esse é um momento muito especial para a comunidade Olga. Percebo isso nos olhos da diretora que veio me dar um abraço, nas crianças onde os pais colocam a melhor roupa para prestigiar a escola em um lugar fora de seu bairro, e na dedicação dos professores Rita e Raiden.
As crianças entravam felizes, umas com seu “pacotão de salgadinho Gula” e outros com “suquinho de caixinha Kapo”, nem uma só maçã se via... se comia... Ouvi uma voz de mulher dizendo: -Espero que ela tenha avisado que não pode comer aqui dentro! Enquanto isso a platéia infantil comia e brincavam uns com os outros de empurrar com o ombro, para um lado, para o outro. Todos faziam o movimento sincronizado, tipo efeito dominó.
Dá-se o segundo sinal, no escuro reconheço a voz da professora Alzira a me cumprimentar. Toca o terceiro no qual se ouve algumas recomendações, uma delas é foto sem flash e a outra pedindo que os pais não reclamem seus filhos a ponto de fazer barulho durante o espetáculo.
Então começa com uma apresentação de duas tribos. Em seguida veio a dança do livro, o momento sala de aula, etc, a platéia de professores vibrou nessa cena, é que eles se viam naquele cotidiano do professor. Esse espetáculo segue uma linha de conscientização:
-Que professor ensina e aprende com os alunos;
-Que a nota não é o mais importante;
-Que agente pode aprender com a vida, com o cotidiano e esse processo de ensino-aprendizagem não se dá somente pelo professor, dito acadêmico; O espetáculo mostra bem isso com a protagonista, Dona Bené. Uma senhora zeladora que há vinte anos dedica sua vida a escola. Essa velha é uma “Griot” termo que significa contador de histórias, pessoas qie possuem o dom do conhecimento oral. É ela que ajuda os alunos a encarar o trabalho de classe, sobre o continente africano com mais prazer, sem que os alunos se preocupassem com a nota.
Dona Bené conta aos alunos história de duas tribos africanas, e os alunos viajam nessa jornada lúdica de conhecimento e prazer.
Ao final do espetáculo, o elenco abre sessões de perguntas para a platéia. Foi um tarde de muito aprendizado para todos.
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