domingo, 21 de novembro de 2010

Relato Santa Bárbara 18.11

Correrias de fim de ano! Quem muito corre alcança? Nada disso. Quem muito corre torce o pé! Cheguei à escola mancando nesta quinta, mas graças a Jah, não foi nada grave. 
No primeiro ano (que não teve aula de música na semana passada), continuamos com a atividade do burrinho, mas desta vez, com as praias de Itapagipe – assunto que os alunos haviam estudado com a Professora há alguns dias. Acho muito importante essa comunicação constante dos professores da Santa Bárbara, sabendo o que cada turma está estudando, aproveitando a lição para criar outros links e tornar todo o momento de aprendizagem mais coeso e fluido. Alguns alunos ainda conseguiram lembrar a letra criada pela turma a quinze dias atrás. Haja memória! Mesmo processo, Maurício pergunta que praias eles conhecem e, conforme os alunos vão dizendo, ele as escreve no quadro. Depois, toca a música do burrinho, falando o nome da praia e espera os alunos completarem com a rima. Algumas saem facilmente, outras mais demoradas, de modo geral é tudo muito rápido, fica assim:
Ribeira____________Poeira
Canta Galo_________Cavalo
Boa Viagem________Passagem
Itapagipe___________Kaique
Cantamos duas vezes, todos participam, menos Erick que não pára quieto, corre de um lado para o outro da sala o tempo todo (literalmente!), até o momento em que Maurício se cansa e o retira da sala. Na volta, nos diz em particular: “E a mãe jura que é uma criança normal!”. Descobrimos que é aniversário de Edielson, todos cantam parabéns. Primeiro estalam os dedos no lugar das palmas, depois palmas de dois dedos e por último, palmas normais. Achei a brincadeira interessante e original, ao mesmo tempo trabalha motricidade e a atenção. Cantamos a música do leitinho e em seguida a música da preguiça. Maurício começa a tirar alguns instrumentos de uma caixa de papelão, a alegria invade a sala! Entrega um instrumento para cada fila e escreve a seguinte partitura no quadro:
∆ ∆ _ _ _ O O O ∆
= Chocalho _ = Ganzá O = Pandeiro
A primeira tentativa é fraca, mas da segunda em diante eles começam a entender como funciona. Fim de aula, alguns reclamam que queriam ter tocado, fica pra próxima aula.

No terceiro C, uma atividade voltada para a avaliação de alguns alunos. Maurício desenha uma partitura no quadro:
X
X
X
X
X
Cada quadrado equivale a um passo que eles terão que dar do fundo da sala até a frente do quadro, no quadrado com X eles dão o passo e tocam a clave também. Uma atividade de leitura e rítmica. A primeira é Raquel, primeiro ela executa os onze passos sem problemas, mas ao fazer as duas coisas ao mesmo tempo não é tão feliz. Géssica percebe que ela caminha rápido demais para conseguir “ler” no quadro a partitura, se prontifica a ajudá-la. Após algumas várias tentativas, consegue e é aplaudida por toda turma. O próximo é Dieguinho, mesma coisa, onze passos sem problemas, mas ao juntar as duas atividades... tilt! Maurício o ajuda, assim como Géssica fez anteriormente, na segunda tentativa, BINGO! Maurício o abraça emocionado e nos conta: “Quando ele chegou na escola era só cabeça e osso! Tinha um histórico claro de subnutrição, e hoje, ele leu! Vocês tem dimensão desse salto?”. Realmente, ficamos todos emocionados. A atividade continua sem problemas até o fim da aula, alguns executam prontamente, outros demoram mais, mas fica claro que foi uma atividade pensada para determinados alunos.

No terceiro D, sem aula de música, parece que os alunos estão de castigo. Enfim, não concordo com esse tipo de castigo, acho que a música é um poderoso veículo de comunicação, penso que esse seria justamente o momento reflexão mas, enfim...

No segundo ano Maurício escolhe passar o filme "Pedro e o Lobo", conta que a maioria assistiu o filme no grupo 5. A meta é avaliar a memória musical e enfatizar o som dos bichos e paisagens. Alguns lembram até dos nomes dos animais, como “a pata Sasha” etc. Infelizmente não deu tempo de passar todo o filme, imprevistos e atrasos fazem parte desse cotidiano. O fim do filme, bem como a atividade prevista para essa aula (que seriam as perguntas sobre o filme para testar a memória dos alunos) ficam para a próxima aula.

Enquanto escuto a história sobre o colar de Kaique do primeiro ano, ou quando estou ensinando as meninas do terceiro ano a fazer a ocarina, ou ainda quando brinco de fazer máscaras com as mãos, com os meninos do segundo ano, esqueço que meu pé dói! Volto pra casa ainda mancando, mas bem feliz. Estar perto das crianças, entrar em seu mundo e poder aproveitar cada minuto realmente é uma alegria.

4 comentários:

  1. Não sei.. na verdade nem perguntei na hora, mas me pareceu que foi algo relativo a disciplina...
    o.O

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  2. Na verdade o professor que pediu o horário para adiantar um material dele da semana...

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  3. ahh outra coisa o nome da pata é sônia, eles lembram porque é o nome da professora deles do grupo 5 hehehehe...

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