Hoje, logo ainda no caminho da escola, vi um cavalo, jazendo no asfalto. Teve ceifada a vida por um veiculo que passou em alta velocidade enquanto ele atravessava a rua. Verdadeiramente uma pena, o pobre animal teve a vida esventrada no momento em que foi atingido.
Cheguei à escola com aquela imagem ainda na cabeça, um pouco atrasado, por conta do incidente que acabei de relatar. David já estava na sala com o 4° ano, ele trabalhava leitura relativa na pauta, as crianças não tiveram muita dificuldade, primeiro cantaram a escala de dó maior de modo ascendente e descendente, para que aprendessem a ordem das notas, logo após mostramos a pauta, enfatizando as linhas e os espaços, assim que denominamos as “bolinhas” em cada posição eles foram entendendo a lógica, daí entregamos folhas pautadas para eles preencherem de acordo com a nota que era definida na primeira linha. Essa aula foi bastante fluente e objetiva, sem muitos problemas, o que é uma característica indelével da Tuma do 4° ano.
Enquanto esperávamos o horário do 5° ano, David me mostrou outros materiais que ele usa como apoio, alguns áudios, e decidimos então usar um deles, para facilitar o trabalho com o 5° ano, uma canção chamada Acalanto, me foge da memória agora o nome da autora, mas a letra da musica era a escala de dó, assim como a musica da Noviça rebelde. Fomos então à diretoria para apontar os lápis e xerocar as folhas pautadas, foi passando o tempo e começou a aula do 5° ano.
Começamos a aula falando sobre a pauta, perguntamos pra eles se eles sabiam o que era uma partitura, nenhum deles soube responder. Fomos então apresentando aos poucos alguns elementos visuais da musica, que eles já conheciam como a semibreve, mínima, semínima e colcheia, e por fim, mostramos a pauta, daí como se do nada um dos meninos perguntou: “Para quê vou aprender isso se nunca irei utilizar?” Com esta indagação, pude notar a importância da referencia que o professor precisa ser para o estudante, é preciso que eles nos vejam tocar, cantar e mais que isso, é importante que eles toquem e que eles cantem e que assim, possam dar vida aos elementos visuais que mostramos pra eles, que até aquele momento não passa de meros símbolos que servem para preencher o tempo da aula.
David foi magistral em sua resposta, fez um discurso debruçado nos meandros da arte, da socialização, do intelecto e da sensibilidade como seres humanos, sem falar é claro na música de um modo peculiar.
A aula seguiu depois desse evento, colocamos a musica que havíamos preparado e depois passamos para a parte da pauta, como sempre o 4°ano teve mais facilidade com os exercícios que o 5° ano. Como o tempo passou rápido, não houve condições de pegar a segunda metade do 5° ano, que ficará pra depois.
Acabando a aula, David e eu conversamos sobre a pergunta do menino, trocamos idéias e concordamos com a idéia da necessidade de sermos mais práticos, daí conversa vai conversa vem e fomos embora, deixando a escola para voltarmos quando nos for a hora novamente.
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ResponderExcluirCaro Amigo Maurício, para mim essa pergunta é exatamente o que precisamos para provocar mudanças em nosso pensar e fazer educação musical. De longe, dá para perceber que tratar de elementos tão distantes da realidade deles (como pauta, figuras de valor...) só faz criar uma sensação de distaciamento do que é música para eles, além do que, gera uma falta de prazer no aprender, que sobretudo, é o grande barato em se fazer música e artes em geral. Acho que precisamos primeiro fazer com que eles percebam que música é importante para suas vidas, que faz parte do seu cotidiano e que pode ser uma excelente amiga para o dia a dia de cada um. Ensiná-los a ler antes de falar, de se apaixonar, acredito ser um equívoco. Essa é a minha opinião.
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