sábado, 9 de outubro de 2010

Relatório Olga 07 de outubro de 2010

Ao sair de casa quase meio dia, vi que seria um desafio chegar à escola às 13:00 hrs para discutir com Ráiden sobre a aula que havia planejado. Eu estava de short, fui na Piedade comprar uma calça jeans e também um cabo P2/RCA para usar na caixa de som e computador que estava levando.
Cheguei às 13:15 e pensei: - Enquanto Ráiden não chega, vou pedir alguém na secretaria para eu testar o equipamento. Quando fui plugar a tomada, de repente, ouvi uma voz: -Olha o cofrinho dele! Era uma professora, fiquei com as bochechas vermelhas de vergonha. Eu nem sei por que, mas rapidamente falei: -Que pena ele não tem dinheiro! (muitos risos).
Semana de prova no Olga, decidimos mudar a sequência das aulas, dessa vez começando pelo 1B, pois a professora Graça não veio, então aproveitamos os alunos dela que estavam na escola. Enquanto isso o 1A que seria primeira turma, estava terminando a avaliação.
1B
Nesse dia ficamos com turma inteira, pois a professora Deise de educação física, que divide a turma com Ráiden não tinha chegado ainda. Fizemos uma roda e sentamos no chão, discretamente o professor começa a marcar pulsação nos joelhos até que os alunos dessem conta de que a aula tinha começado e repetissem o que ele estava fazendo. Aos poucos o barulho das crianças foi acabando, em forma de “fade out”, e eles começam a realizar a atividade. Eram 4 tempos e aos poucos Ráiden alternava com palmas e estalos de dedo, e os alunos acompanhavam essas mudanças e eu ajudava os que estavam do meu lado, que não conseguiam realizar a seqüência.
Depois Ráiden tenta ensinar a conchinha com as mãos, o som parece com uma flauta. Os alunos ficaram super a fim de saber, mas, realmente não é fácil fazer isso, a princípio eu não consegui. Então o professor pediu para ouvíssemos esses sons que ele fazia, e perguntava:- São sons iguais? Alunos respondem: Nãaaaaao!!! O que tem de diferente? Alguns arriscam e dizem que: um é baixo outro é alto, é fino ou grosso até chegar a GRAVE e AGUDO.
Seguindo a linha do conteúdo trouxe uma música de Tom Jobim: ”Samba de Maria Luisa” na versão da Banda de Boca do cd MPB para as crianças. É uma música que ilustra bem a propriedade do som: ALTURA, pois uma parte da música é executada por voz de criança, outra por voz masculina no grave e outra por voz feminina, além de efeitos e assovios. Peço a eles que ouçam a música com atenção e quando a música começa a tocar, a reação que eles têm é rir, dançar e se jogar no chão. O professor Ráiden pede aos alunos para fazerem silêncio. Na segunda vez que a música tocou, eles se controlaram mais, massssss, teve uns dois que resistiram. Nesse momento a professora Deise aparece do nada e alguns alunos correm para ela. Ráiden pergunta: - Ei! Psiu! Quem mandou levantar? Os alunos voltaram a seus lugares e a professora senta e espera.
Perguntei o que eles acharam? Alguns disseram: foi engraçado!!! Divertido!!!
Eu pergunto: - Quem é que canta? -Eles respodem: - um homem! -E depois??? Uma mulher. –Qual a diferença entre essas vozes? Na algazarra eles tentam responder, falam que a voz do homem é grossa e a da mulher é fina, até que Íris responde: - Grave e agudo. Então gente, ouçam aqui o que Íris disse, e peço pra ela repetir. Vamos então trocar esses termos: grossa e fina, por Grave e agudo. Na Terceira vez que ouvimos, eles já quase interiorizaram a música e até cantaram juntos. Ráiden sugeriu abaixar-se para o grave e levantar-se para o agudo, tipo morto e vivo, seguindo uma idéia que li em um dos relatos da Escola Santa Bárbara no blog, mas com uma pitada a mais de swing e dança.
1A
Foram realizadas as mesmas atividades nessa turma. Professora Andrea, coitada estava quase sem voz! Ráiden pede-os para afastar as carteiras, e dessa vez o barulho foi menor. Andrea canta uma música assim: ”Ela conta de 1 até 10 e fala: -olhando para a professora Andrea, passando o zipper pela boca”. Realmente funcionou, todos repetiram o que ela cantou e ficaram caladinhos! Enquanto acontecia a atividade de pulsacão rítmica, Andrea permanecia no canto da sala, acho que estava corrigindo provas. Na hora da conchinha, curiosa tenta fazer, e consegue! Eu também consegui, mas foi pouco, Andrea danada! Ainda fazia trinados!!!! Achei muito interessante, no meu ver isso motiva mais os alunos ao ver seu outro professor participar de uma atividade, que até então, é vista como secundária e de menos importância que as atividades das consideradas matérias tradicionais.
Nesta sala a resposta à atividade de pulsação foi bem melhor, mas em compensação, a percepcão do grave e agudo foi menor, tanto nos sons que Ráiden fazia, quanto na atividade de apreciação do Samba de Maria Luisa. Em geral os alunos gostaram tanto que perguntaram se tinha mais, eu disse: - Semana que vem tem mais…
Antes de chegar à escola eu estava muito tenso, devido a alguns problemas pessoais, e saí de lá muito feliz, por as coisas terem funcionado.

2 comentários:

  1. Bom relato, Diego! Deu para acompanhar o que aconteceu com facilidade ...
    E que bom o desfecho final ...

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  2. que bom!
    estou ancioso para a próxima aula!

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