segunda-feira, 9 de maio de 2011

Relato de atividades na Carmelitana 9 de maio de 2011


Hoje fui à escola para fazer mais uma observação participativa.
A proposta foi trabalhar o hino nacional.

Começamos pelo 5° ano. Davi, Eu e Vitor, iniciamos a aula com a primeira metade da turma. Entregamos para os educandos um papel com a letra do hino impressa, para que eles pudessem acompanhar. Enquanto líamos paulatinamente, junto com a classe, fomos montando um glossário, para esclarecer as dúvidas sobre as palavras do hino, que não são mais tão presentes em nosso vocabulário. Após a leitura, fizemos uma leitura métrica seguida de um pulso estabelecido por Davi. Também foi ensinada a postura e foram dadas algumas dicas de articulação. Logo após colocamos um CD para tocar o hino e ai sim às crianças cantarem juntando todos os elementos demonstrados anteriormente.

Em meio às reflexões e demais comentários, como num súbito, entrou a diretora da escola em silêncio, apenas olhando para os educandos um a um. Davi perguntou se havia algum problema, ela disse que não queria atrapalhar a aula, mas havia sim um problema, Davi deu pra ela o espaço, e ela explicou que a mãe de um dos meninos daquela turma, havia ido à sua sala para fazer queixas dos seus colegas, segundo ela o menino havia sido apelidado de Patati, as crianças logo retrucaram dizendo. “Mas ele tem um pé muito grande e o sapato dele parece de um palhaço.” A diretora deixou claro que este tipo de retaliação não deveria existir na escola, então, as crianças disseram que o tal educando que seria a vitima de chacota, na verdade era o algoz da história, que o apelido foi uma forma de vingança da turma contra os maus comportamentos dele, principalmente com as meninas. A aula virou uma mixórdia, então foi sugerido que juntasse a turma novamente para esclarecer o caso junto à mãe da criança, que segundo a diretora tinha uma forma de dialogar desmesurada. A confusão tomou uma dimensão tão ingente, que quase não sobrou tempo para a aula da segunda metade da turma.

Começamos as atividades com a segunda metade do tão falado 5° ano, o plano foi o mesmo, a energia da turma ainda estava confusa, por conta da confusão de minutos atrás, mas com o passar do tempo e com um grito retumbante de Davi, todos se acalmaram e a aula seguiu não muito diferente da primeira. Notei que nesta segunda metade algumas crianças tinham muita dificuldade de leitura. Não tivemos muito tempo com essa turma, a aula foi bastante breve.

Então partimos para o 4° ano, como a turma estava pequena não foi necessário dividi-la. Embora o plano fosse o mesmo aplicado no quinto ano, era perceptível a diferente maneira com que Davi reportava-se a turma.
Já desta vez, na hora da leitura, as crianças tiveram menos dificuldades, mas quando chegou a vez de um dos educandos dava pra notar que ele estava nervoso e não conseguia ler, as outras crianças riram dele fazendo com que ele chorasse, Davi então o retirou da sala e pediu que eu e Vitor continuássemos a aula até que ele voltasse. Aproveitamos para admoestar as outras crianças, deixando clara a necessidade do respeito entre eles e que o apoio mútuo também é importante. Logo então, Davi voltou a assumir a turma voltamos a ser coadjuvantes da aula.

Uma cena me chamou atenção: enquanto a aula corria, já de modo ordenado e fluente, uma criança de outra turma, pediu a licença, como se fosse dar um aviso, mas quando todos silenciaram, ela entrou e abraçou Davi dando em sua face um beijo melífluo, logo após de cumprir sua missão, a pequena menina saiu deixando Davi levemente envergonhado. Isso foi muito significativo, então resolvi acrescentar.  

2 comentários:

  1. Nossa Maurição, to lendo os seus relatos com um dicionário do lado... rsrsrsrsrrsrs!
    Agora quanto a questão da chacota, acho que a diretora agiu de maneira correta, indepente de quem foi o agredido ou o agressor, o importante é que a escola deixe bem claro que não concorda com esse tipo de atitude!!!

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  2. Realmente, ela foi bem prudente ao resolver o problema dos Bullings, que por sinal, já havia se espalhado pela classe enteira.

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