domingo, 2 de maio de 2010

RELATÓRIO OBSERVAÇÃO ESCOLA SANTA BÁRBARA, 29 E 30 DE ABRIL DE 2010

Eis que finalmente se concretiza a primeira visita, saímos eu e Barral da escola de musica a caminho do Jardim Cruzeiro. A espera ansiosa no ponto de ônibus se transforma em mais ansiedade enquanto estamos dentro do ônibus a caminho da parte mais antiga da cidade do Salvador mais conhecida como Cidade Baixa. O contraste logo se apresenta quando os prédios altos e áreas urbanizadas dão espaço à construções de sobrados com aspecto antigo e urbanização mínima.
Então chegamos, saltando do ponto a primeira parada é no posto policial.
- "Bom dia seu policial onde é que fica a escola Santa Barbara?"
- "Vocês estão com celular? Cuidado, vocês estão indo para um lugar muito perigoso!!!!"
Assim fomos recebidos pelo policial que ainda nos indicou o caminho mais longo para se chegar à escola. Passeamos por mais de três quadras dentro do bairro, sendo que a escola estava praticamente ao lado do posto policial! Esse passeio pelo bairro nos permitiu perceber que o clima de medo sugerido pelo policial se materializava nas casas totalmente gradeadas mais parecendo prisões que residências. Ruas entre sujas e molhadas, caminhos meio de chão batido meio de asfalto me remeteram a algumas paisagens de cidades de pequeno porte do interior da Bahia pelas quais passei.


Chegamos na escola. Fomos bem recebidos. Encontramos o professor Mauricio e, então, finalmente entramos na sala de aula. Confesso que estava tão ansioso que praticamente não prestei atenção no restante da escola. Enquanto a aula transcorria, crescia uma duvida em minha cabeça, afinal quem estava observando quem? Nós que oficialmente éramos os observadores, os alunos que não paravam de olhar para trás comentando e rindo ou o educador Maurício que nos observava e observava os educandos. Primeira aula observada, quem observou quem? Bom, de fato éramos mais observados do que observadores. O educador Mauricio percebendo a situação, abandonou o plano de aula inicial que previa a composição de uma música para o dia das mães e iniciou outra atividade de composição através de sinais gráficos representando sons. Assim conseguiu prender um pouco mais a atenção dos educandos. Tudo ocorreu da forma mais natural possível e eu encerrei meu primeiro dia de visita deixando Barral e Maurício numa discussão sobre o melhor caminho para se chegar à escola.


No segundo dia (30/04) fui para a escola para acompanhar a Atividade Complementar (A.C.). Lá chegando fui informado que o A.C. tinha sido cancelado e em substituição ocorreria a atividade de planejamento de aulas. O educador Maurício Doria, que já tinha as aulas planejadas, aproveitou o tempo livre para se reunir comigo e com Tânia para discutirmos o instrumento de coleta de dados sobre a realidade das escolas proposto pela orientadora Flavia, o que nos permitiu conhecer um pouco mais a respeito dos problemas da comunidade e como a escola tenta se comunicar com ela. Dessa vez observei que a escola tinha uma estrutura física conservada, bem limpa e agradável.


Duas experiências muito interessantes, que venham as próximas!!!!!!!!

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