Hoje foi um dia realmente complicado, as crianças estavam mais agitadas que o normal. A hora da acolhida, onde se canta o hino nacional, durou quase uma hora inteira, pois os educandos não paravam de conversar, empurrar, gritar, enfim, foi uma mixórdia que só. Elas já são serelepes por vida, mas hoje foi especialmente complicado. Uma situação generalizada, que começava do Grupo 5 e estendia-se até os mais velhos do 5° ano. Nem David vociferando deu conta. Foi preciso que a diretora se manifestasse contra a enorme balburdia. Notei que havia além de tudo, um problema de controle básico: as professoras regentes de suas respectivas turmas não se manifestavam ou tomavam a rédea de seus educandos, sobrando a responsabilidade para uns poucos, então deu no que deu. A diretora olhou para mim e perguntou: “Você vai colocar isso em seu relato?” Eu ri e disse que sim.
Logo depois do primeiro e mais conturbado momento, começamos a aula com o 4° ano. A proposta era simples, revisar o conteúdo das figuras de tempo, executar algumas seqüências rítmicas e depois tocar todos os ritmos com as clavas. As crianças ainda mostravam-se agitadas de modo desacerbado, mas até então, conseguimos com dificuldade conduzir a aula, mas quando as claves foram entregues, tudo foi por água abaixo: foi um batuque que só! Era clava batendo nas mesas, nas cadeiras e o pior, nas cabeças dos colegas. Para David foi a gota que faltava para transbordar o copo. Ele suspendeu a aula e mandou as crianças de volta para a classe. Foi mandando um por um, agradecendo de modo individual aos poucos que se comportaram bem e de mesma forma admoestando os que não tiveram uma boa postura.
Depois de um tempo para respirar, enfrentamos a primeira metade do 5º ano, dessa vez usamos apenas a voz, os pés e as palmas, nada de clavas, e, pela primeira vez, percebi o 5º ano render mais que o 4º. Quando chegou a segunda metade, o rendimento caiu um pouco, mas ainda assim conseguimos trabalhar segundo a proposta planejada para a aula mas fomos surpreendidos pelo sinal que tocou mais cedo, por conta da chuva. Então, o final da aula deixou uma sensação de cadência suspensiva ou plagal! Foi estranho, mas tivemos que liberar as crianças, que foram para suas casas com a mesma disposição com que chegaram à escola. A energia era ingente, a mesma forma do início, as crianças não se desgastaram nem um pouco. Incrível.
Cadência suspensiva ou plagal, rsrsrs...Essa foi boa Maurício!!! Ficou também aquela sensação de ritardo que não se resolve...kkk. Gostei dessa!!!
ResponderExcluirRealmente, um ritardo 3-4 sem resolução.
ResponderExcluirMas foi muito derrepente, no meio da aula o sinal tocou.
Maurício,
ResponderExcluirserá que as professoras e a diretora comentaram sobre as possíveis razões das crianças estarem tão agitadas?
Geralmente uma razão tem ou mais de uma.
Não me lembro se eram dias de chuva, mas às vezes por vários motivos quando chove muito as crianças chegam na escola a 1000.
Pode ser porque não puderam ir para rua brincar e ficar em uma casa bem pequena com muita gente gera conflitos ...
Pode ser devido ao perigo de alagamento que deixa todo mundo preocupado e sem dormir ...
Pode ser porque ...
Poder ser porque ...
Indague, por gentileza ... será uma informação muito útil inclusive para pensar em planos B, C, D ...
valeu!
Muito bem pensado professora, não havia me atentado para essas questões.
ResponderExcluirO dia realmente era chuvoso, mas acredito que a disposição das fileiras também não favorecia o bem estar das crianças no momento do hino, elas ficavam uma muito perto das outras, isso de fato gera conversa,brincadeiras enfim.
Irei indagar sim.