quarta-feira, 21 de março de 2012

Relato dia 19.03

Dando início às minhas observações, fui para a Carmelitana acompanhar as aulas de David da segunda feira. Cheguei bem na hora do Hino Nacional, cantado, como de costume, antes das aulas. As aulas serão para o 5º e 3º anos. Metade de cada turma em cada horário. Sinceramente, não há como fazer uma comparação direta entre a Carmelitana e a Santa Bárbara por conta da disparidade de realidades. O fato de haver uma sala de música, equipada com os equipamentos necessários e ainda mais com metade da turma, garante uma tranquilidade para o professor incrível. Assim como teria que ser se o caminho fosse o inverso, vou me acostumando com a estrutura da nova escola, já que novas possibilidades se abrem quando o espaço propicia. Fiquei muito empolgado com o emborrachado no centro da sala. Mesmo tendo um espaço relativamente pequeno para se fazer uma roda, acho que pode ser um bom lugar para desenvolver atividades, especialmente de relaxamento, ainda mais por conta do número pequeno de alunos por aula. Para o 5º ano, as aulas foram de leitura rítmica, com o auxílio de frases faladas. Cada figura rítmica representava uma sílaba e, assim, a mesma frase assumia diferentes métricas à medida que as figuras iam sendo mudadas. Não senti qualquer dificuldade dos alunos. As respostas eram um pouco tímidas, mas quando David começava o ditado, dava para perceber claramente que eles estavam acompanhando. Minha presença causou uma certa curiosidade – especialmente porque alguns alunos acharam que eu era estrangeiro (assim como uma funcionária). Me diverti bastante quando uma menina me chamou de gringo. Mesmo com o sotaque baiano, o estereótipo do homem barbudo vestido com uma bata é mais forte e logo fui identificado assim. Quero ver a reação quando chegar na escola sem barba. A aula do 3º ano foi sobre as diferenças entre grave e agudo. David usou alguns sinos de cabras que ele comprou na Chapada Diamantina e dois sinos de um telefone antigo. Os meninos, mais uma vez, não demostraram qualquer dificuldade e conseguiram, na maior parte das vezes, reconhecer diferenças que chegavam a meio tom. Fiquei impressionado com isso, especialmente por ter tido uma aula de Percepção II da UFBA sobre tons e semitons. Discrepâncias à parte, tenho certeza que esses meninos terão uma percepção mais aguçada depois das aulas de música no Fundamental I. Como foi minha primeira observação, não interferi muito, mas estou muito empolgado com as grandes possibilidades de trabalho que tenho em minha frente. Venho pensando em unir o projeto “Todo Dia é Dia de Leitura” às aulas de músicas de uma maneira mais integrada. Como essa ideia é um pouco audaciosa (pois tenho que fundamentar muito bem as propostas musicais para atividades literárias), vou maturando e observando o que puder antes de intervir. AbraSons.

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