O percurso da minha casa até a escola normalmente é peculiar, mas esse dia foi único. Mais uma vez atravessava a nossa querida “Bate-Estaca”, quando um verdadeiro toró (pode escrever “toró?!) invadiu o Jardim Cruzeiro, me encostei embaixo de um toldo e esperei a chuva serenar. Neste dia não passava ninguém na rua, todas as fachadas trancadas, todas as portas fechadas. A rua estava tão silenciosa que até assustava.
A chuva vai embora, e eu também segui meu caminho. De repente um som de violoncelo corta o silêncio. Tive que parar! A música vinha de uma portinhola azul, semicerrada, sem grades. Parecia algum arranjo para quarteto de cordas, era realmente muito bonita. Fiquei impressionada! Segui para Santa Bárbara com essa idéia na cabeça: “Mas porque eles não ouviriam Bach ou Mozart?! Será que essa tradição da ‘quebradeira’ não pode conviver harmoniosamente com outras tantas tradições?!”. Cheguei à escola quase enxuta, a caminhada é longa! O porteiro conversava com um aluno sobre o novo CD de Claudia Leite (ou alguém do tipo), me perguntei se o quarteto que ouvi não era um pedaço/um arranjo do tal novo CD...
A chuva vai embora, e eu também segui meu caminho. De repente um som de violoncelo corta o silêncio. Tive que parar! A música vinha de uma portinhola azul, semicerrada, sem grades. Parecia algum arranjo para quarteto de cordas, era realmente muito bonita. Fiquei impressionada! Segui para Santa Bárbara com essa idéia na cabeça: “Mas porque eles não ouviriam Bach ou Mozart?! Será que essa tradição da ‘quebradeira’ não pode conviver harmoniosamente com outras tantas tradições?!”. Cheguei à escola quase enxuta, a caminhada é longa! O porteiro conversava com um aluno sobre o novo CD de Claudia Leite (ou alguém do tipo), me perguntei se o quarteto que ouvi não era um pedaço/um arranjo do tal novo CD...
Cheguei atrasada, perdi o 1º Ano, a próxima turma: 3º C. Maurício me explicou que estava trabalhando a memória musical. A primeira música trabalhada foi a “música do vagalume”, a primeira que eles lembraram. Ele pediu ás crianças que primeiro o ouvissem e depois cantassem juntos. Durante a música, uma pequena coreografia com alguns gestos corporais que sugerem tempo e contra-tempo. Alguns alunos conseguem acompanhar o ritmo com facilidade outros nem tanto, mas a atividade é realizada por toda sala. Um aluno disperso faz um estalo de língua, e a turma começa a relembrar uma atividade de percussão corporal, Mauricio prontamente segue o gancho e recria a tal atividade. Cada fila é responsável por um elemento (estalo de dedo, estalo de língua, palma e batida de pé no chão), Maurício rege aleatoriamente as filas, exigindo concentração e atenção das crianças. Após pouco mais de 15 minutos de atividade, a turma se dispersa novamente. O professor aproveita para retomar a atividade da memória, e puxa a “música da preguiça”. Essa música é quase um hino! Todos cantam muito entusiasticamente! A próxima música rememorada é “Da Maré”. Nesse momento a aula entra em outra dinâmica, a música é cantada mais calmamente e, muitos alunos, “regem” a música enquanto cantam. Regem como um regente mesmo, fingindo que o dedo é a batuta, e o mais incrível: todos acompanham perfeitamente o ritmo da música! Passamos para a “música do Pastorzinho”, também relembrada por quase todos. A próxima música trabalhada é a “música das 4 notinhas”: “ dó, ré, mi; dó, ré, mi, fá / Quatro notinhas eu já sei cantar”. Ela é cantada de diversas formas: primeiro só com “A”, depois “O” e “U”. Objetivos alcançados, finda-se a aula.
No 3º D a mesma atividade, memória musical. Desta vez começamos com a “música da preguiça”(HINO!!!), passamos para “Da maré” e “o que é que está escrito”. Maurício pergunta se eles lembram mais alguma música, silêncio. Alguns pensativos, outros dispersos, outros tentavam cantarolar algo timidamente. O professor começa a dedilhar alguns acordes e aos poucos vão se lembrando de “criança não trabalha” e “o pastorzinho”. A próxima atividade é percussão corporal, cada fila é responsável por um elemento (estalo de dedo, estalo de língua, palma e batida de pé no chão). Maurício rege aleatoriamente as filas. Essa turma é um pouco mais barulhenta e o nível de concentração é um pouco mais baixo. De forma geral, são imensamente carinhosos. Neste dia ganhei um desenho e um poema!
Grande questão, minha querida,
ResponderExcluirClaro que o acesso a diversas música é importante, seria ideal. É importante conhecer a própria música mas do outro tb.
O ponto é como fazer isso. Talvez nesta época o discurso acerca do "aqui, agora" esteja bastante enfático como reação a um certo colonialismo cultural que marcou fortemente o que é boa música, o que é ser culto, excluíndo obviamente quase tudo produzido localmente.
Por que, então, preparando bem as crianças, não pensar em levá-las para assistir a orquestra Neojibá?
Que vc acha, Maurício?? Poderia ser??
Apoioooooo!!! eles iriam ficar maravilhados!
ResponderExcluire a OSBA/Neojibá tem os concertos didáticos, que tem justamente essa finalidade!
como fariamos?
Ver com Maurício primeiro, depois com a diretora na questão das autorizações e ... no entanto, ver quais os caminhos para conseguir um transporte ...
ResponderExcluir