Esta foi a pergunta que fizeram ao professor Davi no momento em que ele solicitou material para dar aula de música. Gostaria agora de ser enarmônica na análise desta pergunta atribuindo a ele um sentido simbólico. Minha fonte foram as aulas desta semana na escola Carmelitana.
Na aula o professor Davi fez exercícios gráficos com os alunos para fixar todos o conteúdo já estudado.As turma do 5° ano ficaram treinando a grafia da clave de sol e as do 3° ano a localização das notas do ré e mi na pauta (norteadas pela clave de sol, é claro). Para quem não entende basta dizer que a clave é uma espécie de bússola de diz onde ficam os pontos (estes pontos seriam as notas) na pauta* (*cinco linhas paralelas onde se escreve música).
Eu e Pedro Vieira auxiliamos os alunos no cumprimento das tarefas, mas o que eu achei muito interessante foi meu companheiro ter feito um desafio para as turmas do 5° ano de quem conseguiria completar toda a pauta primeiro que todo mundo. Ele lançou o desafio, simulou na mesa a batida de tambores (trtrtrtrtrtrtrtrtrtrtrtr) e ....... DEU A LARGADA!
Nossa! Leitor, você precisava ver como os meninos se comportavam! Pareciam verdadeiros corredores profissionais! Dava para ouvir até o estalo que eles fizeram na hora da “largada”. Como eles ficaram estimulados! Vemos com isso que o desafio é muito importante no processo de aprendizagem; com ele, vamos aprender a superar nossas limitações o que muito contribui para conquistar coisas muito valiosas na nossa vida.
É claro que poucos fizeram realmente claves lindas no papel, alguns nem conseguiram terminar o exercício porque desenhavam e apagavam sem se permitir errar, Quem não conhece aquele velho ditado “é errando que se aprende”? Nesse momento achei muito interessante quando Pedro disse para a turma: “aprender a escrever música é como aprender a escrever”. Essa lembrança também puxa outro ponto que não pode ser ignorado: existiam alunos que simplesmente não acertavam fazer o exercício de localização das notas, não porque não sabiam música, mas por não saberiam ler os quesitos, ou seja; como ele vai saber o que o exercício pede se ele nem sabe ler a questão?
Essa é no momento uma das principais preocupações do professor Davi, que está desenvolvendo um projeto chamado “Todo dia é dia de leitura” e nós do PIBID estamos Esquentando ou neurônios para inserir esse projeto no contexto do ensino da música e com isso, além de auxiliarmos o professor Davi, podermos ter uma ferramenta eficiente para ajudar outros alunos de outros lugares, bem como professores que enfrentem o mesmo problema (esse professor pode ser você, leitor) e assim preencher essa lacuna que o nosso ensino deficiente acaba não preenchendo.
Encerro meu relato relembrando o título
“...E aula de música precisa de lápis e borracha?”
A todo o momento nós nos deparamos com a situação semelhante a dos meninos da Carmelitana de aprender coisas novas e uma nova escrita ou linguagem à qual acaba sendo nova aos nossos olhos. Por isso nunca iremos dispensar um “lápis e uma borracha”, para assim escrevermos no rascunho e podermos ter a chance de apagar.
A beleza não está em somente tocar belas notas aos nossos ouvidos, faz parte do show também arriscar a fazer uma caligrafia trêmula e insegura, ou dar nome à nota no lugar errado por não entendermos uma questão, ninguém neste mundo está vacinado contra esse mal... Afinal, por trás de todos os erros de um iniciante, existe um virtuoso que possui um diamante pedindo para ser lapidado.
É muito importante sempre lembrar que a educação musical não é para formar músicos, mas sim mais um importante veículo para formar homens e mulheres de bem. Academicamente falando desenvolvemos nossa inteligência, mas o dia a dia e a prática é que nos dá a sabedoria, elas se completam e formam o precursores da futura geração de nosso país.
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